A despesa ordinária ultrapassou pela primeira vez a essa do milhão de contos em 1962, e subiu muito na última década.

Deve juntar-se-lhe, para obter a despesa total, o que se gastou no reapetrechamento escolar - 14 000 contos -, 40o contos em estudos, e as verbas utilizadas pelo Ministério das Obras Públicas com a construção, conservação e reparação ao edifícios e instalações escolares.

Estas últimas inscrevem-se naquele Ministério, em despesas extraordinárias e ordinárias. Somaram as primeiras 129 854 contos, menos ao que em 1968. A eliminação deu-se nas verbas relacionadas com a construção de escolas primárias, escolas técnicas e cidades universitárias, havendo reforço na despesa com os liceus.

Um apanhado da despesa com a educação nacional relacionada com este Ministério, esquematiza-se na forma que segue:

Contos

Despesas extraordinárias 14 400 126 480

Despesas extraordinárias 129 834 154 884

Ao aumento das despesas ordinárias opõe-se o decréscimo nas extraordinárias.

A estas despesas haveria a acrescentar o que se reparte por outros Ministérios, já indicado em pareceres anteriores.

Deste modo se obteria o total despendido com a educação nacional, por força de receitas públicas. A iniciativa particular tem feito um meritório esforço, quer pela instituição de colégios e de liceus, quer de outros modos, para completar as deficiências públicas. Deve merecer toda a ajudas.

Frequência e escolas A frequência escolar em todos os graus tende a aumentar, a ponto de ser hoje difícil albergar, em especial no ensino médio e superior, a afluência de alunos que nos últimos anos tem acorrido às escolas. Esta afluência ao ensino público acresce à que se nota, no ensino privado.

A abertura de escolas particulares de ensino secundário particular em sedes de concelhos e até em aldeias demonstra os anseios e o entendimento das populações rurais.

Parece que finalmente muitos acordaram do torpor em que viviam em matéria de compreensão da necessidade de cultura em todos os graus e espera-se que este fenómeno, se for convenientemente orientado, possa exercer

uma influência altamente benéfica nas actividades económicas nacionais, tanto na agricultura como na indústria e nos serviços. Interessa nesta ligeira análise do ensino, determinar em primeiro lugar o que se passou com o ensino superior.

A sua frequência atingiu 29 788 alunos, mais 2864 do que em 1062-1963. A melhoria da frequência em 1968-1964 foi quase o dobro da de 1962-1983, mais 1147 alunos no último ano escolar.

No quadro que segue indica-se o número da alunos em cada Universidade e os que concluíram os cursos:

Designação

Concluíram o curso

Total

Se forem comparadas as cifras dos dois últimos anos lectivos, notam-se aumentos em todos os estabelecimentos escolares, mais pronunciados nas Universidades de Lisboa (625) e Coimbra (409). No que se designa por outras escolas a frequência aumentou de 184 alunos e na Universidade do Porto por 260.

As quatro Universidades tiveram a frequência total de 28 837 alunos e diplomaram 1252. Estão ainda longe de satisfatórios os números, mas o aumento é prometedor, porque, representa mais 1830 alunos.

O número de alunos, diplomados continua a ser baixo (1252), em especial na Universidade Técnica. Apenas mais 10 do que em 1963-1964. Dados os planos de desenvolvimento económico, esta cifra não tem sentido. A frequência de alunos por Faculdade consta do quadro seguinte:

Concluíram o curso

Farmácia

Também são elucidativos os números deste quadro quando se comparam com os do ano anterior.

O aumento de alunos distribuiu-se por todas as Faculdades, mas é maior nas de Letras (mais 758), nas de Ciências (mais 805). As Faculdades de Medicina apenas tiveram mais 96 alunos e as de Engenharia mais 189 alunos. Houve diminuição de 4 alunos em Veterinária e aumento de 88 em Agronomia. São de lamentar os pequenos aumentos nas Faculdades de Medicina e Engenharia.

Se se pretender intensificar a industrialização do País e, melhorar a sua cobertura médica, haverá que dar incentivos à escolha dos cursos respectivos. Acrescem as necessidades do ultramar.

Não é com 277 médicos e 140 engenheiros de todas as especialidades diplomados em cada ano que se pode efectivar a obra de higiene e da engenharia em que estão empenhadas a metrópole e as províncias de além-mar e, substituir os que terminam as suas actividades.

É de notar que o número de alunos diplomados em 1963-1964, em relação a 1982- 1963, diminuiu nas Faculdades de Ciências, Direito, Letras, Medicina, Farmácia, Engenharia, Economia e Agronomia. Só houve maior