Não se farão comentários a estas despesas, além dos que dizem respeito a insuficiências nas delegações e em outros organismos de sanidade.

Um dos problemas de maior acuidade que vem sendo atacado com algum êxito, mas que ainda está longo de resolução, é o da mortalidade infantil, com uma taxa muito alta. As verbas para este fim, no valor de cerca de 40 000 contos, são inscritas na Direcção-Geral da Assistência.

Médicos O problema da cobertura médica ainda se agravou em 1964: concentração de médicos, agora principalmente em Lisboa, insuficiência de diplomados e gradual desapego da clínica nos centros rurais.

O que transparece de mais sério é o fraco aumento no número de médicos.' Embora se reconheça melhoria em elementos auxiliares, os números que se publicam adiante sugerem melancólicas reflexões sobre a saúde em multas zonas.

O que é de surpreender é a acção ao Estado sobre instalações hospitalares em muitas regiões, em especial nos pequenos centros, vilas e outros, com a construção de hospitais sub-regionais. Esta iniciativa poderia exercer profunda acção na saúde pública se fosse acompanhada de cuidados do sentido de aproveitar melhor a capacidade e as instalações já em funcionamento.

O número de médicos, enfermeiros e auxiliares de enfermagem elevava-se a 14 027 em 1964, mais 144 do que em 1963. A sua distribuição geográfica era a seguinte:

Médicos

Enfermeiros

Auxiliares de enfermagem

Aveiro

Beja

Évora

Guarda

Santarém

Setúbal

Vila Real

Viseu

Angra do Heroísmo

Houve apenas o aumento de 20 médicos no continente e ilhas.

Nos três últimos anos a situação foi a que segue.

Designação 1962

1964

Diferenças em relação a 1963

Médicos

Enfermeiros

Assistentes de enfermeiros

Assim, desde 1962 houve uma diminuição de 45 médicos e um aumento de 9 enfermeiros e 188 auxiliares de enfermagem.

Vale a pena descer ao pormenor e observar as alterações nos distritos.

Em seis distritos diminuiu o número de médicos em relação a 1964, incluindo os de Lisboa, Beja, Évora, Faro, Portalegre, Viana do Castelo.

O Porto continua a ser um pólo de atracção. Dentro de poucos anos este distrito. e o do Lisboa terão, cerca de dois terços dos médicos do continente (62,1 por cento em 1963 e 62,5 por cento em 1964). Juntando ao de Lisboa os distritos do Porto e Coimbra (com Faculdades de Medicina), o número ultrapassa 71 por cento dos médicos fixados no continente. Três distritos contém 71 por cento e caminham a passos largos para três quartos do total dos médicos em exercício. Este é o problema. Quanto aos profissionais de enfermagem, o número total em 1964 fixou-se em 6488 (8546 enfermeiros a 292d auxiliares de enfermagem), contra 8842 no ano precedente (8524 enfermeiros o 2818 auxiliares).

Apesar do reduzido aumento (22) verificado nos enfermeiros, as variações, quando observadas por distritos, revelam-se em alguns casos acentuadas: descidas de, 49, 42 e 89, respectivamente, nos distritos de Coimbra, Setúbal e Porto, e subidas de 118 e 25 nos de Lisboa e Guarda.

Nos auxiliaras de enfermagem o aumento foi de 102 ,unidades, registando-se as maiores oscilações com os distritos de Santarém, com a queda impressionante de 107 auxiliares, Porto e Lisboa, respectivamente, com acréscimos de 62 e 45. No distrito da Horta, continua a não haver nenhum auxiliar da enfermagem inscrito no sindicato respectivo, havendo apenas um enfermeiro. Sobre o grave problema das assimetrias distritais referentes ao número de habitantes por médico, já em anteriores pareceres se tratou do assunto com os dados do censo da 1960. Não é possível a realização de cálculos idênticos para os anos posteriores, pois não se dispõe do números sobre a população segundo os distritos. Inserem-se, por isso, a seguir, as densidades relativos à totalidade da população residente na metrópole:

População residente

Médico

Profissionais de enfermagem

(a) Calculada para o meio dos anos.