O resumo indica que 71,4 por cento dos saldos se destinou a despesas militares de material de guerra e outras. Deve notar-se que neste período se compreende a grande guerra.

Outras aplicações ressaltam claramente das verbas e das percentagens.

Movimento da conta de saldos de anos económicos findos Para ter melhor ideia do movimento da conta de saldos de exercícios findos e da sua utilização na medida em que se iam produzindo, publica-se a seguir um mapa bastante elucidativo:

A última coluna dá a despesa por conta de saldos em relação ao saldo do exercício.

Mas torna-se mais real o movimento da conta, se se agruparem as cifras por períodos:

Vê-se que enquanto 1928-1929-1935 foi um período de entesouramento (mais 995 403 contos), o de 1950-1964 apresenta um déficit de 248 880 contos. O saldo disponível é agora de 325 848 contos. O exercício financeiro de 1964 encerrou as contas com o saldo positivo de 331 120 724$30.

A enunciação destas cifras mostra que as receitas e despesas totais de 1964, a preços correntes, representam os mais altos valores atingidos nas finanças nacionais. Para estes resultados concorreram as receitas ordinárias com 13 111 834 contos e as despesas ordinárias com 9 594 687 contos. A diferença entre umas e outras elevou-se 3 517 147 contos, que também representa o mais alto valor atingido pelo excesso de receitas sobre despesas ordinárias.

O excesso de receitas, além de produzir o saldo acima indicado, serviu para pagar uma parcela das despesas extraordinárias, que subiram a 7 572 732 contos, também o mais alto valor, a preços correntes, alcançado até hoje.

As cifras que acabam de se indicar mostram uma diferença grande entre as receitas e despesas extraordinárias, que foi preenchida por empréstimos internos (1936452 contos) e externos (1541132 contos), num total de 3 477 584 contos. Esta cifra é a maior verificada até hoje a preços correntes. O saldo negativo da balança do comércio em 1964 elevou-se a 7 489 000 contos, que é uma cifra muito alta na série dos deficits do comércio externo, ainda agravada pelo desnível com os mercados estrangeiros, que se aproxima de 8 milhões de contos (7 906 800 contos).

Não obstante este elevado déficit da balança do comércio, a balança de pagamentos da zona do escudo fechou com o saldo positivo de 3 502 000 contos. Para este feliz resultado concorreram as transferências privadas, constituídas em grande parte pelas remessas de emigrantes, com 2 152 000 contos, e os saldos positivos do turismo, com 1 945 000 contas, além do produto de invisíveis ultramarinos provenientes dos transportes das províncias africanas, e outros recursos.