Ao todo o movimento do comércio externo aproxima-se de 59 milhões de contos (58 762 000 contos), assim repartidos:

Contos

Metrópole .............. 37 151 000

Competem cerca de 63 por cento à metrópole. O ultramar sobe gradualmente a sua percentagem no conjunto.

As importações totais, que ultrapassavam ligeiramente os 29 milhões de contos em 1963, subiram para quase 34 milhões de contos. Também houve melhoria sensível nas exportações, que atingiram perto de 25 milhões de contos, somando as da metrópole e ultramar.

Estas cifras devem ser interpretadas como representando o somatório dos valores tomados individualmente e corrigidas pelas interferências das trocas entre os diversos territórios. A sucinta análise que acaba de ser feita do comércio externo do ultramar nas suas relações com a metrópole e estrangeiro mostra anomalias e fraquezas. Os desequilíbrios acentuados do comércio externo de Moçambique, Guiné e Cabo Verde, que se mantêm há longos anos, necessitam de ser atenuados. Influem sensivelmente no conjunto da balança de pagamentos. Em 1964 o saldo positivo de Angola, que ultrapassou o milhão de contos, permitiu melhor equilíbrio no conjunto, mas deve notar-se que esse saldo proveio em parte de cotações mais altas de um único produto que podem ou não manter-se. De modo que deveriam fazer-se esforços, em especial em .Moçambique, no sentido de melhorar a produção interna para consumo e exportação. Também as cifras revelam a necessidade de activar as relações de trocas entre os diversos territórios nacionais, quer no consumo, quer na produção.

Parece haver bons inícios nalguns territórios. Não se pode esquecer que o desenvolvimento económico conduz a melhorias nos consumos e, em geral, leva a maiores importações. É preciso estar em circunstâncias de enfrentar a tendência para aumento dos consumos.

Receitas e despesas A criação de novos serviços autónomos e algumas remodelações na contabilização do orçamento de despesas e receitas ordinárias trouxeram aumento sensível numas e noutras em 1963. O assunto foi comentado e esclarecido no parecer deste ano.

Em 1964 as diferenças já são menores. Nas receitas ordinárias, que atingiram 8 861 000 contos, incluindo os serviços autónomos, o aumento foi de 377 915 contos, muito inferior ao verificado em 1963. Conhece-se, porém, a influência daqueles serviços, em especial em (Moçambique e Angola. Assim, convém obter as cifras sem a sua interferência.

No quadro a seguir incluem-se as receitas ordinárias totais em cada província. Uma coluna indica as dos serviços autónomos. E, finalmente, obtêm-se as variações para mais e para menos depois da exclusão desses serviços.

Num total de receitas ordinárias de cerca de 8 861 121 contos, os serviços autónomos comparticipam em aproximadamente 3 400 000 contos. As receitas ordinárias descem para 5463 171 contos, o que representa uma percentagem pouco elevada, devido a serem excluídas as receitas dos portos e caminhos de ferro de Angola e Moçambique.

O ano passado o acréscimo das receitas ordinárias, sem estes serviços, ultrapassara a casa dos 503 000 contos. Esta cifra diminuiu para 318 187 contos, apesar de aumentos em todas as províncias. Esses aumentos foram, porém, muito menores, em especial em Angola. A diminuição foi compensada por maior valia substancial em Moçambique e por outras. Embora não sejam estritamente comparáveis as receitas da metrópole e ultramar, dada a intervenção dos serviços autónomos e de outros factores, o quadro seguinte dá ideia do conjunto de receitas.

O acréscimo total de 1 487 748 contos proveio em grande parte da metrópole. Em 1963, por motivo das razões já apresentadas, tivera origem no ultramar.

Ao todo as receitas somaram em 1964 cerca de 22 milhões de contos. Foram da ordem dos 18 500 000 contos em 1962.

Estas cifras mostram de qualquer modo os progressos realizados nesta matéria.