O factor 14 acima mencionado pode ser traduzido em índices referidos ao último ano da guerra.

Uma análise desses índices tem interesse porque denota diversidade de condições financeiras e até desequilíbrios acentuados de ano para ano.

Há casos em que o índice, na base de 1938=100, pouco ultrapassa os 400 (423), como em Cabo Verde, que é a província que menos evoluiu neste aspecto. Õ índice de Angola aproxima-se a passos largos dos 2000 (1877). Ultrapassou já há anos o de Moçambique, que, contudo, é de 1379.

Para o total de aumento do índice, que se fixou em 1964 em 1425, contribuíram exclusivamente as duas grandes províncias, como se nota a seguir:

(a) Não foram publicadas as contas em virtude da guerra no Extremo Oriente.

(b) Não foram publicadas as contas em virtude da ocupação estrangeira.

Todas as províncias, excepto as mencionadas acima, tiveram índices inferiores à média.

Em Cabo Verde e Guiné os índices são até inferiores ao da metrópole.

Origem das receitas ordinárias Há três grandes capítulos orçamentais nas receitas ordinárias: os dos impostos directos e indirectos e o das consignações de receitas. Esto último, porém, de per si, preenche quase metade do total (47,8 por cento em 1964).

Tão grande peso das consignações de receitas provém, como já se explicou, dos serviços autónomos. Até certo ponto estas receitas tiram significado às cifras totais. É por isso que no comentário ao exame das contas provinciais, feito mais adiante, se procura discriminar, com certa minúcia, a receita ordinária, de modo a extrair dados sobre o seu verdadeiro significado no contexto financeiro de cada província ultramarina.

No quadro seguinte dão-se as receitas dos diversos capítulos orçamentais nos exercícios financeiros de 1938, 1963 e 1964:

O primeiro comentário a fazer é o extraordinário desenvolvimento das consignações de receitas. Representavam 5,1 por cento em 1938 e 47,8 por cento em 1964. Estas cifras exprimem, melhor do que palavras, o progresso no desenvolvimento económico da África Central e do Sul. Nelas se incluem receitas dos portos e caminhos de ferro de Moçambique e, em grande parte, dos de Angola, que servem territórios estrangeiros, como a Zâmbia, o Malawi, a Rodésia do Sul, o Congo e outros.

A influência dos impostos directos e indirectos é relativamente baixa, cerca de 34,9 por cento. Mas deve notar-se que ela subiria consideràvelmente se fossem deduzidas