O recurso a esta forma de financiamento intensificou-se a partir de 1954. Desde este ano as receitas extraordinárias ultrapassaram sempre 1 milhão de contos e até 2 milhões de contos em alguns anos.
Actualmente os meios financeiros que formam as receitas extraordinárias provêm, na sua quase totalidade, de empréstimos. Como se notará adiante, as receitas de
outras origens são diminutas. Em 1964 o produto das receitas extraordinárias diminuiu em cerca de 500 000 contos em relação a 1963, o que se reflectiu nas dívidas provinciais.
No quadro adiante indicam-se as receitas extraordinárias, por província, para corto número de anos, a contar de 1938:
(a) Inclui os saldos dos resultados apurados nas contas de exercícios anteriores a 1956 (664 446 contos).
Como se observa, os grandes consumidores de receitas extraordinárias são Angola e Moçambique.
Não incluindo os serviços autónomos, as despesas ordinárias de todas as províncias são inferiores a 5 milhões de contos. As dos serviços autónomos são contabilizadas por iguais quantias.
Os pequenos aumentos das receitas ordinárias contêm as despesas. Em 1964 estas elevaram-se de menos de 200 000 contos.
Na verdade, não podia ser continuado o ritmo do ano anterior, em que a maior valia atingia 667 500 contos, sem levar em conta os serviços autónomos.
O acréscimo foi grande, em especial nos últimos anos. Mas, apesar de grande, é muito difícil, se não impossível, conter o desenvolvimento das despesas públicas em países novos, que tendem a evoluir num ritmo acelerado, como está acontecendo em Angola e {Moçambique. O problema de saber se a evolução de territórios de economia incipiente ou atrasada deve ou não ser rápida, num ritmo acelerado, é outro. As condições em que se desenrolou o curto período de independência de muitos territórios africanos parecem apontar num sentido negativo.
No quadro adiante inscrevem-se as despesas ordinárias, por província e metrópole, durante certo número de anos: