A província ainda não conseguiu elevar as suas exportações até às 80 000 t de 1961. Nos meses de mais alta exportação em peso, os preços unitários mantiveram-se baixos. Talvez que a baixa acentuada em 1964 não proviesse só do estado de desassossego do território. Examinando mais pormenorizadamente as exportações, nota-se que a diminuição da tonelagem incidiu sobre dois produtos: o coconote e as madeiras.

A seguir indicam-se as principais exportações em peso e valor:

A diminuição de 13 600 t na madeira e de 3300 t no coconote influiu muito no comércio de exportação. O aumento de 3300 t na exportação de amendoim melhorou o resultado final.

Alguns produtos valiosos estão em declínio, como a cera.

É de notar que, não obstante o aumento de cerca de 3300t no peso da exportação do amendoim, o seu valor diminuiu de 124 747 contos para 114 674 contos, devido a baixa no preço unitário.

O amendoim compreende cerca de 73,5 por cento das exportações e o coconote 16 por cento.

O quadro seguinte dá ideia da evolução dos preços unitários destas duas mercadorias:

Houve uma queda brusca no amendoim. A sua cotação baixou. A diferença dos preços unitários nos dois últimos anos é da ordem dos 528$. A alta verificada no coconote não foi suficiente para contrabalançar a baixa do amendoim.

Em 1964 a metrópole importou 23 660 t de amendoim sem casca, da Nigéria e do Sudão, no valor de 129 769 contos, sendo 126 885 contos da Nigéria. O preço unitário é um pouco superior ao de idêntica mercadoria vinda da Guiné, que enviou apenas 14 130 t, no valor de 74645 contos. A importação de tão grandes quantidades de amendoim sem casca do estrangeiro constitui uma anomalia no comércio externo. Não poderão a Guiné e outros territórios nacionais suprir esta importação? O deficit da Guiné com mercados externos é grande. A exportação dos 129 769 contos de amendoim para a metrópole comprados no estrangeiro anularia esse deficit.

Das cifras relacionadas com outros produtos merece especial relevância a das madeiras. O ano passado recomendou-se a necess idade de rever os métodos de exploração, que se julga terem adquirido ùltimamente um cunho ambicioso. A grande diminuição no peso exportado denota dificuldades nesta matéria.

Como resumo geral desta ligeira análise, deve concluir-se a necessidade de disseminar as explorações e diversificá-las, para que a província não esteja à mercê das cotações de um ou dois produtos. O grande mercado consumidor de produtos da Guiné é a metrópole. Em 1964 a exportação teve o destino que segue:

É de salientar o grande desequilíbrio do comércio da Guiné com o estrangeiro, que apenas lhe comprou 7000 contos em 1964. Viu-se que a província recebeu desta proveniência 135 000 contos. Pondo de lado o que se contém nesta cifra de mercadoria exigida pelas condições anormais, ainda é muito grande a diferença.

Pode-se sintetizar num quadro a posição do comércio externo quanto à origem e destino das mercadorias que o constituem.