O aumento do deficit com os mercados externos é grave. O desequilíbrio negativo atingiu 128 200 contos e foi quase igual ao verificado com a metrópole (142 200 contos). Descontando a importação de mercadorias necessárias no momento actual, deveriam fazer-se esforços no sentido de vender mais ao estrangeiro. Como nota final deve dizer-se que as cifras, nos quadros anteriores, relativas a diversos anos foram rectificadas na província. Esperemos que nos anos mais próximos não haja necessidade de contínuas rectificações.

Balança de pagamentos Os números rectificados, que dão a situação cambial nos últimos dois anos, são os que seguem:

O saldo negativo de 5190 contos transitou para 1965. Este resultado, em frente de tão grande desequilíbrio da balança do comércio, é de surpreender. As próprias operações militares auxiliaram a situação cambial. Arrecadaram-se perto de 430 000 contos de cambiais - escudos na sua quase totalidade - e utilizaram-se 418 800 contos, números redondos. Esta utilização repartiu-se como segue:

Não parece ser grave a situação cambial devido à entrada de invisíveis, que se elevaram a 178 534 contos. Será possível manter esta afluência de invisíveis, provenientes, em grande parte, da metrópole? A emissão de 138 411 contos de boletins de importação do estrangeiro, com muito menor contrapartida na exportação, é uma das causas de desequilíbrio que influi na balança da zona do escudo.

A província importou do estrangeiro elevadas somas de produtos das indústrias alimentares, bebidas e tabaco (44 882 cantos), máquinas, etc. (13 182 contos), material de transporte (20 683 contos). Parece ser possível reduzir muito a primeira cifra e talvez a última.

Os países fornecedores são muitos, sendo os principais a Inglaterra, os Estados Unidos, a Alemanha Ocidental, a Holanda, a França e a Niassalândia.

Aparecem como mercadorias de maior relevo na importação o arroz, a farinha de trigo, os cigarras, o tabaco em folha, as viaturas e as máquinas. Nos últimos três anos (1962-1964) as receitas ordinárias passaram de 134 946 contos para 153 266 contos, o que significa um aumento de 18 320 contos. O acréscimo realizou-se sob a pressão de acontecimentos que perturbaram algumas zonas do território e dificultaram o trabalho normal nessas zonas.

Adiante se anotarão as causas deste aumento nas receitas ordinárias.

Em relação a 1963, a maior valia foi de 12 590 contos. O exame dos diversos capítulos orçamentais indica que a principal razão do aumento em 1964 reside num novo imposto de consumo.

Também as receitas extraordinárias aumentaram apreciàvelmente para 48 746 contos, de 35 013 contos que haviam - sido em 1963. As receitas totais atingiram 202 012 contos, que é o maior valor atingido até hoje.

As receitas e despesas totais da província em 1963 e 1964 constam do quadro seguinte: