Não se podem, contudo, alimentar ilusões sobre este problema. A província há-de continuar a importar cada vez maiores quantidades de mercadorias, na medida do desenvolvimento dos seus consumos. Já se escreveu sobre as exportações, o seu volume e o seu valor, que ultrapassaram consideràvelmente os de anos anteriores. Exportaram-se 2 507 880 t, no valor de 5867571 contos. O valor das exportações, em números redondos, dobrou nos últimos dez anos e o peso é cinco vezes maior.

Este feliz resultado sobressai do quadro seguinte:

(a) Namoros rectificados em relação ao ano anterior.

Note-se que os valores aumentaram para a cifra mencionada apesar da queda no seu valor unitário, que desceu para menos de metade do de 1954.

A descida no valor unitário é devida, em grande parte, à preponderância em peso de mercadorias pobres, como os minérios de ferro e os produtos petrolíferos. Há-de falar-se um pouco mais adiante das possibilidades destas exportações e de outras relacionadas com a economia angolana. Convém obter as cifras representativas das exportações sem a interferência dos minérios, que ùltimamente aumentaram em tonelagem.

No quadro seguinte indicam-se as exportações sem os minérios de ferro.

Os minérios de ferro influenciaram o aumento do peso exportado com 472 012 t, no valor de 97 561 contos. No caso do petróleo bruto a diminuição foi de 3892 contos, para exportação superior à de 1963 em 43 335 t. O preço unitário do petróleo bruto é baixo, e ainda desceu para 338$80 por tonelada em 1964. Há um certo número de mercadorias exportadas que interessam muito à província. Às que normalmente se indicavam nestes pareceres juntam-se este ano as relacionadas com os minérios de ferro e petróleo bruto:

A discrepância entre os minérios e os outros produtos é muito grande. Como os preços dos minérios são baixos, o valor unitário tende a reduzir-se.

O ano de 1964 não foi feliz para o sisal, o algodão e alguns produtos como o feijão. Mas o café e o milho no sector agrícola supriram as falhas. Há motivo para felicitar a província pela recuperação de um sector de que muito se tem falado nestes pareceres e que pode vir a ser uma grande indústria. A farinha de peixe e outros produtos derivados da pesca melhoraram muito o seu contributo para o equilíbrio da balança do comércio. Mas o algodão e o açúcar, com o mercado consumidor assegurado na metrópole, continuam a permanecer na zona escura da estagnação.

Produção de mercadorias exportáveis A exportação de Angola é baseada essencialmente na agricultura e tem grande relevo, neste aspecto, o café, o sisal, o algodão, o açúcar e diversas oleaginosas. Há, além destas, outras de menor projecção na exportação, mas que satisfazem consumos que crescem com a melhoria do nível de vida, como certos tubérculos que formam a base da alimentação indígena e difíceis de computar, o arroz, o leite, a carne e diversas.

Na produção industrial têm relevo os produtos minerais, como os diamantes, o ferro e as possibilidades do manganês, cobre e o petróleo bruto.