Há ainda a salientar a pesca, que atravessou um período de grande crise. Parece ter reentrado em melhores dias. O café Robusta é o principal género agrícola na exportação. Cultiva-se em larga escala em diversas regiões da província, tendo a produção atingido 180 000 t em 1964, contra 140 000 t em 1963. Actualmente a principal zona produtora está situada no distrito de Cuanza Norte, que inclui o Cazengo e os Dembos. Esta zona foi afectada parcialmente pelos distúrbios de 1961, mas recuperou fàcilmente a normalidade, produzindo cerca de 80 000 t a 85 000 t de café -em 1964. A zona vizinha do Uíge produziu cerca de 70 000 t apesar das condições climatéricas adversas. Está em vias de aumento. Deve ser a região de Angola onde mais ràpidamente se desenvolveram as culturas de café.

A terceira grande região do café é o Amboim, com uma colheita de ordem das 22 000 t em 1964, que se escoam pelo porto de Amboim. Outras regiões de menores culturas interessam à província, mas as indicadas são as que mais influenciam a exportação. No caso do sisal a região de maiores colheitas situa-se no distrito de Benguela. A produção de 1964 é da ordem das 60 000 t, inferior à de 1963. A exportação também diminuiu para menos de 500 000 contos. Outra região de interesse já tradicional é a do Cacuso, no distrito de Malanje. Calcula-se que a produção se tenha elevado a 7500 t.

O sisal cultiva-se ainda em outras zonas, mas as mencionadas têm mais interesse. As cotações de 1964 não favoreceram a exportação. O algodão poderia ser uma das principais produções agrícolas. Angola e Moçambique deveriam abastecer a metrópole. Todos os anos se enumeram no parecer as importações de fibras do estrangeiro que poderiam vir de territórios nacionais. A produção de algodão em caroço tem diminuído, já atingiu 23 000 t em 1959. Desceu para 13 6001 em 1964.

A cultura do algodão interesa a diversas regiões. Havia esperança sobre produções unitárias muito rendosas em Cassange e em outros pontos. Mas a exportação mantém-se em cifra que destoa do passado. No açúcar também se notam grandes recursos. A produção anda à roda de 65 000 t, que contrasta com aumentos em outros territórios africanos, como a Rodésia e a África do Sul. No entanto, Angola tem tradições, e o mercado metropolitano ainda requer maiores quantidades. As exportações de açúcar mantêm-se em nível muito baixo, à roda de 24 000 t. Espera-se que obras no Cuanza e no Bengo possam permitir a rega e melhorem as condições actuais. A cultura do milho em 1964 deu lugar a maiores exportações (104 175 t). Mas a produção deve ser muito maior porque constitui um elemento valioso na alimentação indígena. As zonas mais produtivas são as do Huambo-Bié e Huíla-Moçâmedes.

Apesar dos esforços feitos no sentido de melhorar as culturas, o rendimento unitário é muito baixo e deve ser esta uma das razões da fraca é incerta exportação comparada com países vizinhos, como a África do Sul, com produções unitárias da ordem dos 4000 kg por hectare. Estes pareceres têm insistido pelo desenvolvimento da cultura do tabaco, dada a certeza do mercado consumidor na metrópole. Angola tem feito progressos nos últimos anos, mas a produção ainda está aquém das possibilidades, em especial nos tipos Virgínia.

As zonas mais adiantadas nesta cultura são as de Malanje, com a produção de cerca de 2700 t, no valor de 40 000 contos, a de Benguela, com cerca de 200 cultivadores e uma produção que deve andar à roda de 2000 t a 2500 t, e a de Sá da Bandeira, com produções idênticas.

A província importa trigo e farinha em quantidades relativamente altas. Ainda não encontrou uma fórmula que lhe permita auto-suficiência, o que não parece ser impossível, pelo menos nos anos mais próximos. As estimativas da produção mostram progressos. Calcula-se que subiram de 19 000 t em 1959 para 34 600 t em 1964. Mas o rendimento por hectare é muito baixo.

No que diz respeito a oleaginosas, apesar da firmeza nos preços mundiais, a produção não aumentou. Os óleos derivados do coconote, amendoim, sementes de algodão, gergelim e palma são as de maior importância, principalmente o último. Mas só houve melhoria no de coconote e de palma em 1964. A importação de amendoim na metrópole foi muito grande. A pesca pode constituir uma actividade de grandes repercussões nas actividades do Sul de Angola & já representa um valor de relevo na exportação.

A indústria atravessou uma grave crise nos últimos tempos. O ano de 1964 mostra sinais de recuperação. A safra atingiu os valores seguintes, em toneladas desembarcadas:

Toneladas

A grave crise que os números revelam a partir de 1956 obrigou à reorganização da indústria. A melhoria nas cotações da farinha de peixe e de outros derivados elevou a exportação total da indústria para cerca de 355 000 t. Uma parcela importante do pescado é consumida na província na alimentação.

Nos centros de Benguela e de Moçâmedes estão os principais portos de pesca, com instalações que se vão aperfeiçoando todos os anos. A produção nas indústrias extractivas aumentou em 1964 cerca de 6, 42 e 13 por cento, respectivamente, nos diamantes, minérios de ferro e petróleo bruto. Fizeram-se sentir os reflexos na exportação, embora não se exporte tudo o que se extraiu. A produção de hematites e petróleo bruto elevou-se. Tudo indica que, pelo menos a das primeiras, seja largamente excedida.

É de notar que as minas de Saia, Quintota e Tumbi, na região de Malanje, produziram cerca de 520 000 t, sendo o minério de Tumbi de alto teor.

Em Cuíma e Cassinga continuou a extracção em relativamente grande escala. Está em construção o ramal de Cassinga para o caminho de ferro de Moçâmedes e diversos acordos internacionais permitem melhorar o porto de Moçâmedes e o respectivo caminho de ferro.

A exportação elevar-se-á a alguns milhões de toneladas dentro de alguns anos.

Não é fácil estabelecer ò valor bruto das indústrias extractivas. Contudo, a estimativa de l 500 000 contos deve aproximar-se da realidade. Os diamantes entram