É notável o número de territórios que compram produtos a Moçambique, sinal de que os mercados estão em contacto com a província.

A África do Sul, ao lado, com 324 351 contos nas compras e 571 203 contos nas vendas, tem margem para maior comércio, e os Estados Unidos, com 168 283 contos na importação e 145 677 contos na exportação, são dos que mais se aproximam do equilíbrio.

Em contrário do que acontece noutros territórios africanos, e até no ultramar português, o comércio exportador de Moçambique está muito disseminado, o que é um bem.

Os maiores fornecedores - a África do Sul e a Inglaterra. Juntos não vão além de 23,2 por cento, e tomam-lhe de mercadorias apenas 14,3 por cento.

Esta situação dos mercados, potencialmente vantajosa, é de molde a incitar a orientação económica no sentido de muito maiores produções. Nem sequer faltam infra-estruturas aperfeiçoadas para o seu transporte.

O grande mercado importador de produtos de Moçambique é a União Indiana. A castanha de caju vai para lá e lá é transformada em amêndoa e no óleo de casca, de valor pelo menos igual ao dobro da matéria-prima, que é a castanha de caju. E uma fonte de cambiais, quase tudo dólares para aquele país. O comércio de Moçambique por territórios agrupados repartiu-se em 1964 da maneira seguinte:

No quadro desdobram-se as cifras a que já se aludiu acima. Mostra a preponderância dos mercados estrangeiros em percentagem, mas que está longe em valores absolutos de satisfazer as exigências da zona do escudo. Besta apenas apontar os saldos positivos e negativos da província com os maiores clientes e fornecedores. É o que se faz no quadro que segue:

Há este ano apenas quatro territórios aduaneiros com saldos positivos: a Índia (castanha de caju), a Dinamarca, a França e Rodésias e Niassalândia.

Moçambique melhorou a sua posição relativamente a todos eles.

Balança de pagamentos Os saldos do Fundo Cambial ainda diminuíram este ano. Tendo atingido um máximo de 1 967 000 contos em 1956, desceram para 570 000 contos em 1964. Esta quebra nos recursos cambiais deriva da uma balança de comércio altamente deficitária. Não obstante a volumosa receita de invisíveis, provenientes essencialmente do tráfego ferroviário e portuário, as dificuldades da balança do comércio arrastam o Fundo Cambial para níveis cada vez mais baixos.

O nível de invisíveis provenientes do tráfego internacional e um pouco do turismo, ainda foram satisfatórios tanto nos portos de Lourenço Marques e Beira como ainda nos diversos caminhos de ferro que servem a África do Sul, a Niassalândia e as Rodésias.

Dificuldades na África Central têm projecção nestes instrumentos de transporte e o nível dos invisíveis poda variar em detrimento da província de um momento para o outro. O movimento do Fundo Cambial desde 1945 transparece dos números que seguem: