Certos atrasos que vieram do passado e destruições resultantes da ocupação durante a última guerra exigiram a construção ou a reconstrução de
infra-estruturas dispendiosas nos portos, no sistema rodoviário e na habitação. Estes investimentos formam parcela de relevo nos últimos planos de fomento e anteriormente.
Sem querer analisar em pormenor a estrutura económica e as possibilidades latentes da província, parece, contudo, ser curial dizer que o grande proble ma consiste em criar fontes de produção que permitam melhorar a balança do comércio e alargar a gama da produção de bens de consumo.
Por agora a balança de pagamentos vive de auxílios cambiais da metrópole e de outras parcelas da comunidade. E esta situação não pode continuar indefinidamente.
A base da sua exportação é o café, muito apreciado em certos mercados externos. Tem fácil procura, e se mais produzisse mais procura teria. Embora estes pareceres tenham recomendado para Timor e outros territórios nacionais a disseminação de culturas, parece que o alargamento das de café deveria ser um objectivo fundamental, dada a certeza e facilidade do seu consumo. Estará a província em condições de aumentar as áreas cultivadas de café e terá
mão-de-obra suficiente para os trabalhos de cultivo? Em qualquer caso devem investigar-se outras culturas, para se não cair na tentação da menor resistência e sofrer crises que possam advir do comércio de um produto sujeito a oscilações graves nos preços.
O turismo australiano é hoje uma esperança. Mas as infra-estruturas estão longe de satisfazer as necessidades de uma corrente turística que, para surtir efeitos visíveis na balança de pagamentos, necessita de ser numerosa e próspera.
É preciso, pois, que os investimentos da metrópole sob a forma de subsídios sejam encaminhados tanto quanto possível para fins altamente produtivos, o que não tem sido realizado até agora.
Devem até ser sacrificadas certas infra-estruturas adiáveis, que consomem grandes somas, e fazer reverter para objectivos reprodutivos os investimentos disponíveis.
Comércio externo
Os factos conjugados trouxeram o saldo negativo para cifra que é inferior em
13 104 contos. O desequilíbrio recua assim para valores mais próximos dos da última década.
A seguir indicam-se as importações e exportações nos últimos anos:
É consolador verificar no quadro que a exportação atingiu o valor máximo dos últimos dez anos, e melhorou apreciavelmente nos últimos três. Vai longe a cifra de 29 559 contos, em 1960. Será duradoura esta tendência?
Também na importação se notam motivos para esperança de melhores dias. Não é tanto por motivo do seu declínio nos últimos anos. Veio de III 645 contos em 1961 para 90 487 contos. Mas parece haver um sentido da realidade que não existiria antes. Deve dizer-se que a política de compressão de importações tem de ser feita com discernimento. Países subevoluídos tendem a aumentar a importação, o que não é um mal. O comércio externo nos dois últimos anos exprime-se nas cifras que seguem: