Joaquim José Nunes de Oliveira.

José Fernando Nunes Barata.

José Henriques Mouta.

José Janeiro Neves.

José Maria de Castro Salazar.

José de Mira Nunes Mexia.

José Pais Ribeiro.

José Pinheiro da Silva.

José Rocha Calhorda.

José dos Santos B essa.

José Soares da Fonseca.

José Vicente de Abreu.

Júlio Dias das Neves.

Leonardo Augusto Coimbra.

Luís Arriaga de Sá Linhares.

Manuel Colares Pereira.

Manuel João Correia.

Manuel João Cutileiro Ferreira.

Manuel José de Almeida Braamcamp Sobral.

Manuel Lopes de Almeida.

Manuel Marques Teixeira.

Manuel Nunes Fernandes.

D. Maria Ester Guerne Garcia de Lemos.

D. Maria de Lourdes Filomena Figueiredo de Albuquerque.

Mário Amaro Salgueiro dos Santos Galo.

Mário Bento Martins Soares.

Mário de Figueiredo.

Rafael Valadão dos Santos.

Raul Satúrio Pires.

Raul da Silva e Cunha Araújo.

Rui Manuel da Silva Vieira.

Sebastião Alves.

Sebastião Garcia Ramirez.

Sérgio Lecercle Sirvoicar.

Teófilo Lopes Frazão.

Tito Lívio Maria Feijóo.

Virgílio David Pereira e Cruz.

O Sr. Presidente: - Estão presentes 75 Srs. Deputados.

Está aberta a sessão.

Eram 16 horas e 25 minutos.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra para um requerimento o Sr. Deputado Lopes Frazão.

O Sr. Lopes Frazão: -Sr. Presidente: Uso da palavra - para apresentar o seguinte

Requerimento

Nos termos regimentais desta Assembleia Nacional, requeiro que, pelo Ministério da Educação Nacional, me sejam fornecidos os elementos seguintes, referidos a 31 de Dezembro do ano passado:

2.º Respectiva população escolar, com distinção de sexos;

3.º Lugares de professores de Educação Física contratados do quadro, masculinos e femininos, criados a título definitivo, em cada uma das escolas;

5.º Provimentos eventuais;

6.º Escolas com condições materiais didácticas para o exercício da educação física.

O Sr. Aguedo de Oliveira:- Sr. Presidente: Vou referir-me a um assunto abandonado nos meios políticos e literários e apenas cultivado em nível oficial.

Porque desejo rapidamente entrar em difícil matéria e abarcá-la o melhor que puder, as primeiras palavras que vou produzir serão naturalmente poucas.

Verso hoje um problema que todos vemos solucionar com apreensão e que interessa a esta Assembleia, aos escritores, aos jornalistas, ao público - o da cidade de Lisboa, tradicionalmente princesa entre as demais cidades.

Aristóteles, noa tempos clássicos, dizia: "A cidade é um lugar onde os homens levam uma vida comum para um nobre fim".

E, no nosso tempo, Charles Rist proclamava que a urbanização das nações industriais não era fenómeno artificial mas natural. Mas o fenómeno natural requer igualmente uma disciplina.

Qual o elemento gerador da urbe lisboeta?

Qual o seu quadro geral?

Qual o seu ambiente único?

Qual a vista dos seus conjuntos?

Os viajantes estrangeiros, não injustos, louvavam a sua grandeza, magnificência e soberba; a poesia fluvial, o prestígio, beleza e a profusão dos tons.

Ela é um grande pólo de atracção do Globo.

À primeira vista encanta vista de avião, no seu brilhante e colorido casario.

Avulta o seu anfiteatro histórico, coroado com verdadeiro diadema sagrado.

Arrancam louvores a sua iluminação feérica e os seus ordenados- bairros de estilo século víntico e o asseio.

E agora suscita novas curiosidades e admirações, no arranjo técnico da sua ponte colossal e ultramoderna.

A capital de um país não é só um património histórico, um local sagrado, uma série de bairros em torno da sua acrópole, mas apresenta-se como um cérebro de altas decisões, um solar familiar dos seus, dos povos curiosos e dos viandantes; o caroço da amêndoa da literatura, da ciência e da arte e uma árvore que se veste e braceja, regada por um rio que os imaginativos de ontem celebraram sem par, de Camões a Bocage e deste aos modernos.

Sem o maravilhoso empolgante do seu querido afilhado, o Rio, sem o exotismo de Istambul, sem a colossal grandeza de Nova Iorque, sem as belezas marchetadas de Paris, sem o castiço, o típico, de Madrid, que os nossos vizinhos diziam "madrileníssimo" - Lisboa ainda hoje me reze o prolóquio seiscentista:

Não há para o Deputado assuntos tabus, sacrários invioláveis, assuntos que apenas possam ser coutadas de caça alheia. Ai, não falemos de caça!

Lisboa merece a atenção da Assembleia e um seu adoptivo pode pedir benevolência sobre os seus formosos mas complicados problemas - Deus meu! -, tão formosos como inquietantes.

Passado este pórtico, entro já no assunto.

Lisboa contém um património sagrado de beleza secular