nacional n.º 118, a transformar, como se prevê, em via rápida, até Coina. Esta via rápida servirá através de algumas importantes radiais de penetração, os núcleos urbanos industriais a desenvolver a norte e poente do seu traçado - Alcochete, Samouco, Montijo (e sua base aérea militar), Moita, Barreiro e Seixal.

Em Coina a via rápida entroncará na auto-estrada do Sul (já em construção até ao Fogueteiro) e aí lançará o seu tráfego até à ponte sobre o Tejo, que é a charneira do grande anel do sistema rodoviário primário da região de Lisboa.

As grandes vias primárias do anel circundante do estuário do Tejo constituem um sistema arterial concebido como desligado das aglomerações populacionais existentes ou a remodelar.

As características das vias rápidas e auto-estradas que se atribuem aos elementos que o formam implicam a libertação dos traçados de serventias a construções laterais. Assim, essas grandes vias primárias constituem verdadeiros canais de circulação protegidos por faixas marginantes - zonas non cedificandi e zonas condicionadas.

Do lado da capital o circuito será completado por uma via urbana circular, que, contornando a parte mais densamente edificada de Lisboa, estabelecerá a união entre o início da auto-estrada do Norte, em Sacavém, e o acesso norte à ponte sobre o Tejo.

Podemos estimar em muito próximo de 3 milhões de contos o custo deste grande amei da circulação regional, quando completado.

Só os três investimentos já realizados - ponte sobre o Tejo, auto-estrada até Vila Franca de Xira e Ponte do Marechal Carmona - estão estimados em 2 625 000 contos. Como complemento do sistema primário que acabamos de esquematizar prevêem-se diversas outras artérias secundárias tendo em vista levar o serviço rodoviário até aos vários sectores enquadrados na malha fundamental.

Destacamos, entre elas, as vias que correspondem: ao fomento das valiosíssimas áreas de vocação turística da orla marítima da península de Setúbal, entre Caparica e lagoa de Albufeira, Sesimbra e Arrábida (integrando a via rápida entre a Cova da Piedade e a Caparica, já adjudicada), e uma variante partindo dela, para sul, como via-parque, à estrada nacional n.º 378, com carácter de via de turismo; à ligação rápida entre a auto-estrada do Sul e Setúbal, e às ligações do novo aeroporto da região, entre Pinhal Novo e Pegões, a 15 km de Setúbal.

Dos sistemas rodoviários primário e secundário citados irradiam por fim as vias de carácter local, a rede capilar das estradas municipais, os caminhos camarários e vicinais, que são como que as veias e os vasos capilares em que se vai subdividindo a circulação das artérias que irradiam do coração do sistema.

A península de Setúbal é a placa giratória do tráfego rodoviário do Algarve e do Alentejo.

O ritmo do crescimento da circulação toma aspectos impressionantes.

Basta referir o que se passa na estrada nacional n.º 4 (Cacilhas a Eivas): o aumento do tráfego médio diário registado entre 1955 e 1960 foi o maior de todo o País - 95 por cento; o tráfego de motociclos aumentou 119 por cento; o tráfego de veículos pesados, em 43 por cento; o de autocarros, em 85 por cento ...

Os valores do tráfego médio diário nas estradas nacionais que servem a península de Setúbal, completados com as indicações que, gentilmente, nos acabam de ser facultadas pela Junta Autónoma de Estradas quanto à contagem do tráfego de 1965, são os seguintes:

Tráfego médio diário com o Algarve e o Alentejo

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Tráfego médio diário originado dentro da península de Setúbal e debitado no sentido da capital

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Verifica-se por estes números que a corrente do tráfego originada dentro dia península de Setúbal é superior ao afluxo de trânsito debitado pelo Alentejo e pelo Algarve através das estradas nacionais n.ºs 4 e 52 e da estrada nacional n.º 5.

Se reduzirmos o ângulo da análise e considerarmos apenas o tráfego originado ma zona da cintura industrial ribeirinha a sul do Tejo, compreendida entre Seixal e Alcochete, temos:

Tráfego da zona industrial Seixal-Alcochete

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Conclui-se deste quadro que o tráfego originado no troço da zona industrial de Alcochete, Montijo, Moita, Barreiro e Seixal é hoje superior ao debitado por todo o restante território da península de Setúbal.

O transporte rodoviário ó, pela sua maleabilidade, rapidez e capacidade actual, o que melhores condições oferece à generalidade das solicitações do tráfego. Mas a tarifa do transporte rodoviário está longe ide competir com a do transporte ferroviário e sobretudo do fluvial.

Daí que numa zona fortemente industrializada como é a do estuário do Tejo, servida pelos referidos três meios