2- Ensino médio:

2.1 - Se existe algum curso têxtil ou disciplinas de opção nos institutos industriais;

2.2 - Em caso afirmativo, indicar a data da sua criação, frequência, matérias dadas e respectivos horários.

3- Ensino superior:

3.1 - Se existem, nalguma ou nalgumas das nossas quatro Universidades, cursos têxteis ou cadeiras de opção com vista à indústria têxtil;

3.2 - Em caso afirmativo, indicar a data da sua criação, frequência, matérias dadas e respectivos horários.

O Sr. Amaral Neto:-Sr. Presidente: Venho este ano muitíssimo tarde aos trabalhos da Assembleia, tolhido que me tenho encontrado pela dúvida, cada vez mais forte, de neles ser útil; mas nem por serem tardas .peço a V. Ex.ª que tome como somenos na sinceridade, superficiais no sentimento, só por me faltar o jeito de as arredondar na forma, as minhas, primeiras palavras, que são para protestar a V. Ex.ª fundo respeito e lhe asseverar uma real veneração.

Outros Deputados, todos os Srs. Deputados que me precederam neste uso da faculdade de através de V. Ex.ª comunicarmos entre nós e com a Nação, já renderam o seu preito de apreço pelas superiores qualidades que sabidamente concorrem na pessoa de V. Ex.ª, de reconhecimento pela dedicação delas, toda a vida, ao serviço do bem público, e de congratulação pelo lustre que derrama sobre, a Assembleia o prestígio do seu Presidente.

Eu, porém, conto-me entre aqueles que gozámos da vantagem especial do convívio com V. Ex.ª em anteriores legislaturas e pudemos, pois, de há mais tempo conferir na admiração directa os créditos estabelecidos pela fama, enquanto aplicados à vida parlamentar; e assim posso afirmar a minha homenagem a V. Ex.ª, dizendo que não a presto tanto por cortesia, ou seguimento de usos, como por força da impressão recebida de exaltados merecimentos e da grata lembrança de afabilidades que me penhoraram imperecivelmente.

É este sentimento de respeito intelectual e de gratidão de alma que, acima de tudo, aqui quero declarar a V. Ex.ª!

Sr. Presidente: tenho afirmado nesta Casa, até, porventura, ao fastio do auditório, a minha devoção às questões agrícolas, que me vem tanto da participação pessoal como do lugar que lhes sinto nas preocupações dos meus eleitores e do que lhes desejo nas dos nossos governantes. Mas o mesmo apego me detém, quando posso recear que o enfado desvie a audiência: e eis afinal a verdadeira razão do meu silêncio até hoje, pois que, testemunha de uma assinalável e louvável viragem na política agrícola aplicada ao território metropolitano, quereria, dedicar-lhe as minhas primeiras palavras, se outras melhores não me dispensassem de dizer quanto me parece, vir a propósito.

Esta nova política concretizou-se no seu primeiro ano em vários diplomas e despachos reguladores das condições de produção e venda de alguns produtos principais; porque esses já tiveram comentários que na generalidade, e com razão, os louvaram, parece-me ocioso reexaminá-los em aspectos sectoriais ou de pormenor. O amor da verdade manda registar que apenas no tocante às medidas tomadas quanto ao vinho a satisfação se não mostrou tão ampla; mas se, por sobre os dados conhecidos, nos relembrarmos de que alguns dos agora ditos erros foram no seu tempo muito desejados (penso, em especial, nos níveis dos preços de intervenção, que contribuíram para o pejamento das adegas, e no alargamento das reconstituições), e que ainda não falta quem busque avidamente oportunidades de plantar mais cepas, haveremos de reconhecer que a própria vivacidade dos sentimentos medi; a angústia de culturas rendosas e que a questão, prendendo-se por aqui aos primeiros fundamentos da crise geral, está ainda bem longe de se encontrar esclarecida.

Nos demais sectores, as vantagens concedidas, sendo apreciáveis, não poderão dizer-se muito substanciais; mas. quebrando aquela que autorizadamente já foi dita rigidez de preços demasiado prolongada, e vindo oferecidas com declarada vontade de ajudar e propósito de encaminhar para soluções realistas e nas coordenadas da conjuntura, provocaram, benéfico choque psicológico, reanimando esperanças sem afagar inércias.

Nos próprios termos das comunicações, no sentido das medidas legislativas, na justificação dos relatórios, sem quebra da imparcialidade do governante, nota-se confiança na capacidade dos agricultores e na sua resposta às solicitações convincentes, bem como o reconhecimento do peso dos factores extrínsecos que os oprimem; e tudo isto contrasta tão sensivelmente com as displicências de longos anos que, só por si, veio como claridade animadora no horizonte que a lavoura via fechar-se-lhe à volta.

Pode bem falar-se de uma nova política, no melhor sentido da palavra, que é o de fazer o possível de modo agradável!

Traçado o caminho e vencidos os primeiros marcos, ninguém só com isto dirá a obra completa, e muito menos o Ministro que liminarmente apontou não poder "ser instantânea e concomitante a solução de todos os problemas da terra", mas se afirmou disposto a fazer rumo pronto a "lutar contra ventos e marés".

E porque os primeiros destes ventos serão os ventos ponteiros da dúvida quanto ao próprio valor da agricultura no quadro da produção moderna, talvez não seja inútil ajudá-lo a aguentar-se na bolina, meditando um pouco sobre o futuro da actividade agrícola num inundo cada vez mais dedicado à indústria e embevecido no espectáculo dos seus sucessos no domínio da natureza e na libertação das velhas servidões humanas, sem saber ainda ao certo quanto lhe pesarão as novas.

Actividade em declínio, é corrente e fácil chamar-lhe, e o mesmo relator do parecer sobre as Contas Gerais do Estado, que a Assembleia tem em discussão, com ser um amigo da terra e lavrador dedicado, não duvida de falar em "agonia" ao escrever o quadro da participação minguante da agricultura no produto nacional.

E, sendo assim, muitos perguntam, até de boa fé, se não valerá mais acompanhá-la, caridosamente embora, até ao esvaimento final, do que fazer com grande esforço por lhe renovar a vitalidade. E com isto lhe viram as costas, ou sobre as suas desditas encolhem os ombros.