Ali se fará o ensino da bioquímica, logo no período preliminar, a quem nunca estudou química; se obrigará ao estudo da constituição química do sangue, do líquido cefalorraquidiano, do suco entérico, do suco pancreático e outros; se imporá o conhecimento das enzimas, do equilíbrio ácido básico, das nucleoproteínas, dos nucleótidos, do metabolismo do iodo, do ferro, do cálcio, do fósforo, do sódio, do potássio e do cloro.

Também não deixarão os alunos de estudar a composição química das bactérias, a sua actividade metabólica ...

O Sr. Henrique Simões: - Isso não é metabólico, é diabólico.

familiarização com as técnicas de enfermagem. O prejuízo que se fica devendo a esta orientação afecta-nos por vários processos.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Julgo, Sr. Presidente, que esta amostra é significativa e bastante para nos dar uma ideia nítida do que é este programa.

O Sr. Elísio Pimenta: - V. Ex.ª poderá informar-me se esse programa foi aprovado superiormente?

O Orador: - Não sei se foi aprovado, mas poderei informar V. Ex.ª de que está em execução desde Outubro.

O Sr. Castro Fernandes: - Mas quem aprovou esse diploma?

O Orador: - Não poderei dar uma informação precisa a V. Ex.ª, mas sei que está em execução e que foi distribuído em Agosto pelas escolas oficiais para ser apreciado e nelas ser aplicado em Outubro. Não sei se também teria sido distribuído pelas escolas particulares. E fica-se com a impressão de que numa comissão em que há 25 indivíduos não pode haver reuniões de revisão que dêem resultado útil. Deduzo que cada um apresentou o programa que elaborou e alguém os reuniu em volume.

O Sr. Castro Fernandes: - A comissão era constituída só por médicos ou faziam parte dela outros técnicos?

O Orador: - Da comissão faziam parte poucos médicos, mas não sei se eram professores da Escola de Enfermagem. Quanto a técnicos de enfermagem e de outra natureza, a comissão teve muitos, mas não tenho aqui à mão a sua constituição para poder dar uma informação precisa.

O que é que se pretende com isto? Pretende-se agravar ainda mais o problema crucial da nossa enfermagem, aterrorizando as candidatas? Julga-se possível executar a sério tal programa com a preparação geral que trazem as alunas? A quem cabe a responsabilidade do elenco que organizou os programas?

Que finalidade se quer conseguir com tal sistema?

Meus Senhores: Volto a dizer como o fiz há dias: por multo que custe a certos sectores e a certas «técnicas», os médicos não podem ser excluídos da solução a dar aos problemas da saúde, e este da preparação da enfermagem é um dos mais delicados da saúde pública e onde a colaboração dos médicos é indispensável.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Conhecemos suficientemente os perigos de certos pretendidos rumos para dever fazer esta prevenção.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Tenho para mim que se teria feito melhor trabalho aproveitando o que de bom há na reforma de 1952, juntando-lhe, cautelosamente, os elementos de aperfeiçoamento que a experiência tivesse aconselhado. Mas, para tanto, era necessário ouvir os que vivem realmente esses problemas, com os pés assentes na terra.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - E, como complemento, com as indispensáveis condições de atracção de candidatos aos nossos cursos de enfermagem geral e especializada. A situação actual reveste tal gravidade que, ainda não há muito, um ilustre director de serviço dos Hospitais Civis de Lisboa angustiosamente se me dirigia, expondo-me a situação em que, ai este respeito, se encontrava o seu serviço de lactentes, e que eu entendo não reproduzir aqui por diversas razões e ainda porque os responsáveis pela direcção dos Hospitais bem a conhecem, embora reconheçam,