as quais não serão despiciendos a capacidade de escoamento de tráfego das nossas estradas e caminho de ferro, problemas sociais, concentração demográfica, etc., não poderão deixar de exigir que o excesso de movimento seja dirigido para outros portos do País.

Já o Decreto-Lei n.º 33 922, de 1944, no seu preâmbulo conclui, ao analisar as vantagens da concentração comercial, «que subsiste uma limitação considerável à concentração comercial nos dois únicos grandes portos do continente (Lisboa e Douro-Leixões), desde que se pretenda evitar o aniquilamento de centros de produção muito importantes para a economia nacional».

Os portos de Lisboa, Leixões-Douro e Setúbal, movimentam 97 por cento do total de mercadorias, restando 3 por cento para os restantes portos do continente, sendo:

Toneladas

Viana do Castelo 21 000

Aveiro 95 000

Portos do Barlavento do Algarve 48 000

Portos do Sotavento do Algarve 145 000

A situação da Figueira neste momento, e perante estes números, é bastante expressiva, pois em 1967 tem asseguradas mais de 150 000 t por ano, pelo que a se 2.ª fase das obras não tiver início imediato terão de ser orientadas para outros portos, com graves prejuízos para as indústrias aqui instaladas e para o fomento económico da região.

A evolução das pescas é também acentuada, verificando-se que no período de 1953-1964 a taxa de crescimento acumulada foi de 3,7 por cento em quantidades e 5,8 por cento em valor (todas as espécies, não incluindo o bacalhau) e que a taxa de crescimento da pesca da sardinha foi de 3,9, e 4,7 por cento, respectivamente em quantidade e valor.

A taxa de crescimento nos diferentes portos, referente a todas as espécies, incluindo o bacalhau, foi de:

[...ver tabela na imagem]

Portos Quantidades Valores

A Espanha, no seu plano quadrienal de melhoramentos de portos, prevê uma taxa de crescimento anual superior a 10 por cento para as pescas e 8 por cento para as mercadorias.

Pescas (quantidades): Toneladas

1962 913 000

As taxas de crescimento anual do movimento de mercadorias e pescas no nosso país ainda não atingiram taxas tão elevadas, mas não se ignora o grande surto económico que o País atravessa e que se irá reflectir num maior movimento portuário, pelo que nada custará aceitar que as nossas taxas de crescimento tendam para as da vizinha Espanha.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Seja como for, é no entanto incontroverso que o movimento portuário, quer em mercadorias, quer em pescas, terá um aumento progressivo constante que as infra-estruturas existentes dos nossos portos não suportarão.

Qual é a situação do porto da Figueira?

Sr. Presidente: O porto da Figueira, que em pouco mais de um século fez desenvolver e florescer uma povoação que se veio a situar entre as primeiras do País, começou, a partir do fim do século passado e princípios deste, a não ser a barra que se oferecia fácil e franca à navegação, reflectindo-se na economia da cidade, que cada vez era mais débil e depauperada.

Longos trabalhos e muitos estudos se foram fazendo no decorrer dos anos, mas só no fim do I Plano de Fomento se apresenta um projecto cuidadosamente estudado e ensaiado no Laboratório de Engenharia Civil, e foi então o Sr. Ministro das Obras Públicas, engenheiro Arantes e Oliveira, governante das mais altas virtudes e capacidade realizadora, devoção total ao engrandecimento do País e bem-estar das populações, a quem presto, cumprindo um imperativo de consciência, as maiores homenagens, foi, dizia, o Ministro Arantes e Oliveira, quem lançou o arranque das obras.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - A conclusão das obras desta 1.ª fase, que têm vindo a ser executadas de acordo com a programação, deverá verificar-se no corrente ano, e a inauguração será dentro das festas comemorativas do 40.º aniversário da Revolução Nacional.

Grandes e altos benefícios trouxeram logo estas obras, e a sua influência começa a sentir-se não só no progresso cio concelho, como da região, com o aparecimento de muitas actividades e o desenvolvimento de outras.

O sector das pescas teve um desenvolvimento rápido.

A quantidade de sardinha vendida na lota passou de 8759 t e 21 664 contos, em 1962, para 16 586 t e 36 860 contos, em 1965.

[...ver tabela na imagem]