terminam. Os números e índices estatísticos têm sido, realidade, muitas vezes manuseados com finalidades nas de propaganda política impedindo uma análise de tão graves problemas.

Por tudo o que uca dito e pelo muito mais que ha a dizer sobre a actual arritmia destes movimentos cie que políticos, economistas, técnicos de finança e de g e tantos outros especialistas responsáveis em vários sectores pela vida dos povos procuram auscultar para m definirem rumos de governo, apenas poderemos acrescentar, porque o tempo regimental não nos permite ir além, algo que mais possa interessar como elementos melhor definam o enquadramento em que se desenvolve a actividade dos milhões de portugueses do império, dessas laboriosas gentes que trabalham e se bate suor e sangue vivificando com heroísmo, no temperário e no trópico, em espaço imenso, disperso por três continentes, o solo bendito de uma pátria una e eterna. Para tal, apenas peço condescendência dos que com atenção seguem esta minha modesta fala e que Deus me dê o necessário engenho para poder, nesta complexa teia que nos envolve destrinçar o fundamental do secundário, o permanentemente temporário e acima de tudo, o real do aparente.

O que se faz hoje neste mundo, em que o espaço já não conta e o tempo já não se mede, para debelar ou reduzir o dia a dia dessas crises de crescimento económico que tanto preocupam governantes - inflações e deflações que atingem horizontes cada vez mais vastos da parcela mais ou menos evoluída do Mundo?

Servem-se os governos, hoje, de um verdadeiro arsenal de meios, intervindo, com antecipação, nos vários sectores da vida económica, financeira e social. Assim se tem evitado, na realidade, aquelas crises espectaculares que abalaram os alicerces do Novo e Velho Mundos no rescaldo do primeiro conflito que deflagrou à escala mundial.

Actua-se, umas vezes, no condicionalismo que os investimentos públicos ou privados, evitando perigosas hiper ou hipotensões. assim vai o Mundo dominado por poderosas forças invisíveis, forças que vamos, se o engenho nos facultar e para melhor entendimento, procurar definir, eliminando tudo o que possa confundir os verdadeiros rumos dessas misteriosas linhas de acção que, não respeitando fronteiras nem obstáculos de qualquer natureza, conduzem, é um facto, a vida neste agitado planeta. E isto será apenas muito singelo comentário sobre as judiciosas informações que o ilustre Ministro das Finanças reuniu na primeira vintena de páginas do notável relatório do diploma em discussão.

O que nos retracta sobre este variado panorama- do dia n dia de todos nós a imprensa, digamos, a verdadeira voz do Mundo?

Dois grandes em efectiva competição, desde o económico ao técnico, do térreo ao astral, do cultural ao desportivo, o isto no grande palco do Mundo.

São, por outro lado, por toda a parte, entre bastidores, agitações da mais variada índole. Assim acontece hoje no Extremo Oriente, e vai acontecendo numa África convulsa como se verificou no Médio Oriente, com fogachos em contínuos aparecimentos e desaparecimentos, ateados ora por ventos soprados do leste ou do oeste. E tudo isto intermediado por conferências, colóquios ou batuques, reunindo a fina flor de imperadores, reis, presidentes, ministros, chefes tribais, brancos, amarelos, pretos ou vermelhos ou ainda simples pequenos mandantes, engomados, mais ou menos à moda europeia ou oriental: são, assim, diálogos sem fim nem finalidade que já esgotaram, para se situarem, no espaço e no tempo, todas as combinações possíveis das letras maiúsculas do alfabeto latino. Aguarda-se agora a moda dos caracteres chineses ou russos, talvez mais representativos ou variados.

E dessas reuniões apenas sai, finalmente, a voz da guerra, para evitar que continue esta precária paz inter nacional. Chega-se mesmo ao extremo limite da desumanidade de se assistir, no Velho e no Novo Mundos, aos deslocamentos em massa, por acordos internacionais, de populações inteiras, deixando, atrás de si, todos os haveres e tudo o mais que é herança de muitas gerações, e isto, segundo se afirma, em nome dos supremos interesses da paz mundial.

Reúnem-se, por outro lado, conferências de desarmamento, verdadeiros diálogos de surdos, que, como é compreensível, nunca se entendem e nada adiantam, e, quando muito, e é já marco prometedor ultrapassado, quando é marcada data de uma nova e esperançosa reunião.

Assiste-se, também, com frequência, quer no temperado, quer no tropical, sob o império do frio ou do calor, h passagem de cortejos carnavalescos em homenagem ao sufrágio universal, o respeitado deus das democracias, elegendo-se desde os conjuntos de samba no Rio aos presidentes em Nova Iorque ou em Paris. Como se elege também, democraticamente, a beleza humana entre sereias de todos os cantos da terra, em paradisíacas reuniões elegantes.

Procura-se, por outro lado, definir o verdadeiro ritmo a que devem marchar, no futuro, as juventudes de todos os cantos da Terra, elegendo-se também grupos representativos de estilos mais ou menos desguedelhados beatles, animais ou yes-yés, e tantas outras variantes que até é difícil reter na memória pelo variado dos figurinos.