(...) os acréscimos nos superavits da balança de invisíveis correntes da metrópole (+654 milhões de escudos, por virtude, em particular, das maiores receitas de «Turismo» e «Transferências privadas»), da balança comercial das províncias ultramarinas (+238 milhões de escudos) e dos invisíveis correntes das mesmas províncias (+967 milhões, em que pesaram as contribuições de Moçambique e Macau).

Quanto ao déficit da balança comercial da metrópole, aumentou de 480 milhões de escudos entre 1963 e 1964. E na balança de capitais a variação negativa no saldo das operações a curto prazo e o menor excedente nas operações de capitais- a longo prazo do sector privado - consequentes, em especial, das liquidações respeitantes a créditos anteriormente recebidos - quase compensaram o acréscimo no saldo positivo das operações de capitais a longo prazo dos sectores público e bancário. Em 1965, os resultados já conhecidos das transacções internacionais denunciam comportamento muito menos favorável do que ao ano anterior. De facto, no 1.º trimestre registava-«e um déficit de 199 milhões de escudos, contra um excedente de 439 milhões em igual período de 1964.

O factor determinante foi o agravamento do déficit na rubrica de «Mercadorias», só em pequena parte compensado pelo maior excedente na balança de «Invisíveis correntes». Cabe notar ainda que na balança de capitais o aumento do déficit nas operações a curto prazo e o das amortizações ou reembolsos nas operações a longo prazo do sector privado ultrapassaram o acréscimo do superavit das operações dos sectores público e bancário.

De acordo com os dados anais recentes, mas ainda incompletos, a situação melhorou bastante depois do 1.º trimestre. Todavia, quando se confrontam os períodos homólogos de 1964 e 1965, regista-se uma variação desfavorável, nada lavando a admitir que os últimos mese s do ano possam alterar significativamente a tendência evidenciada até Setembro. Em face da apontada evolução das transacções internacionais, justifica-se uma breve nota sobre o comportamento das balanças comerciais da metrópole e das províncias ultramarinas.

Quanto a metrópole, o quadro VIII mostra que o valor do déficit comercial, segundo as estatísticas alfandegárias, se agravou em 1964 de 871 milhões de escudos, devido unicamente ao acréscimo das importações, porquanto as exportações para o estrangeiro ainda aumentaram 3959 milhões, ou seja quase 21,4 por cento.

E, como se verifica também no referido quadro, o sentido destas variações manteve-se entre os períodos de Janeiro a Agosto de 1964 e 1966: o valor absoluto das importações cresceu mais acentuadamente que o das exportações e determinou, portanto, o acréscimo do déficit usual.

Comércio especial da metrópole com o estrangeiro

(Valores alfandegários em milhões de escudos)

(ver tabela na imagem)

Comentando a evolução do comércio externo da metrópole, o relatório da proposta de lei aponta, justamente, a necessidade de se empreender amplo esforço com objectivo de se intensificar e diversificar as exportações, ma vez que se torna necessário continuar a realizar nos próximos anos avultadas importações, em consequência da aceleração do desenvolvimento económico que virá a observar-se com a execução do Plano Intercalar de Fomento». E acrescenta-se que se deverá «orientar os investimentos, na actual fase de desenvolvimento, de preferência para