turismo, valor que representa para a ilha cerca de 50 por cento do total das suas exportações.

Sr. Presidente: Não quero terminar sem afirmar a minha admiração pelo esforço que vem despendendo o novo Comissariado do Turismo, dirigindo-se com dedicação e extenuante trabalho ao encontro do que lhe pede nesta hora o País. É de esperar que a dotação orçamental herdada da antiga Direcção de Turismo - uns escassos

12 000 contos anuais - adquira expressão correspondente para 1966 às suas actuais e importantes funções; como se espera que a lei hotelaria, n.º 2073, que definia a utilidade turística, venha a alargar-se a investimentos turísticos não hoteleiros e também que possa em breve estabelecer-se o regime de «tudo incluído» em hotéis e restaurantes para turistas, substituindo as diversas taxas que oneram cada prestação de serviço.

Outros aspectos da Lei de Meios, mais que este do turismo, solicitam o meu interesse, nomeadamente o da saúde e assistência, pasta ministerial cujo titular vem realizando, metódica e cautelosamente, uma obra de estruturação e de coordenação de serviço que, ocupando pouco as páginas dos jornais, terá importância basilar ao projectar-se no futuro da nossa saúde pública. Mas tive de sacrificar o meu natural pendor a um assunto que comporta medidas e soluções fundamentais para o círculo que me elegeu. Fique, todavia, aqui registada, pelo menos, uma palavra de apoio e congratulação por essa iniciativa importantíssima que é a campanha nacional de vacinação, há pouco iniciada com a activa colaboração da benemérita Fundação Gulbenkian e cuja concepção é de alto nível sanitário. Uma palavra de apoio também a quanto se disse nesta Assembleia em favor do funcionalismo e suas prementes necessidades.

E termino, Sr. Presidente. A vitória nesta pacífica «batalha do turismo nacional» e a contribuição crescente das receitas turísticas para a balança de pagamentos do País fazem delas uma das alavancas da nossa estrutura económica, contribuindo para que ela resista às necessidades da defesa nacional «até onde o desacerto do Mundo no-lo impuser», como disse há dias o Sr. Presidente da República, e estas necessidades, por maiores que venham a ser, constituem o objectivo mais alto que a vontade nacional deseja inflexivelmente manter, fiel à juventude que na primeira linha dá testemunho de uma geração e de uma pátria, em nome de dez séculos de história, perante o mundo de hoje e perante o mundo de amanhã.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Furtado dos Santos: - Sr. Presidente: Há três décadas tive o prazer e a honra de ser discípulo de V. Ex.ª na velha e nobre Universidade de Coimbra.

Em sucessivas gerações, os alunos dos vários cursos admiraram e consideraram, como eu, o sapientíssimo mestre e dele colheram a modelação e a formação do seu espírito.

A sementeira foi grande e imensos os frutos que a gratidão foi conservando.

O talento revelado e o prestígio que resultou do exercício de tão elevadas funções docentes impeliram o catedrático para as cadeiras do Poder, que tanto honrou e dignificou nos sectores da justiça e da educação nacional.

Porém, o perfeito homo politicus mais se vincara nesta Assembleia Nacional, como Deputado e como leader.

E de tal modo se houve e se impôs aos seus pares que estes, mui justa e confiadamente, o elegeram seu presidente.

Minus dixi quam volui, e, assim, ao mestre da hermenêutica e da dialéctica rogo uma interpretação extensiva de molde que alargue a declaração até aos limites volitivos.

Cumprimentando-o respeitosamente, protesto os melhores esforços de labor disciplinado que facilite a missão presidencial de V. Exa.

Sr. Presidente: Como novo Deputado do círculo de Leiria, terras de Fátima e de Nuno Alvares, terras de fé e de acção patriótica, quero saudar os antigos e novos Deputados, prometendo-lhes leal colaboração e rogando-lhes que, com os olhos postos na Pátria, unidos e coesos, seja cumprido e dignificado o mandato que nos foi confiado.

Trabalhemos como os nossos maiores, em união e coesão, ao serviço da Pátria.

Seguros da nossa justa causa, lutaremos pelo seu triunfo; e, na convergência de energias e sem divisões sobre o essencial, nem discussões sobre os dogmas da Pátria, moralizaremos os nossos heróicos soldados e venceremos a batalha da fé e da esperança.

De novo dobraremos o cabo das Tormentas e fugiremos aos ventos de insânia e de injustiça, soprados pelo Adamastor da subversão comunista e da soberba materialista.

E assim continuaremos a nossa missão: assegurar a integridade do solo pátrio e o seu desenvolvimento económico.

Nesta linha lógica se tem colocado o Governo de Salazar, e está com este a Nação, como se esclareceu no dia 7 de Novembro, em autêntico plebiscito nacional.

A proposta da Lei de Meios paia 1966 visa garantir, como as anteriores, os mesmos fins de defesa e de progresso de todas as parcelas do espaço português.

Ela tem relevante e decisiva influência na vida nacional, nos aspectos da defesa territorial e da política económica, social, fiscal e administrativa.

Um brilhante e bem elaborado relatório precede uma lapidar articulação.

Toda a estrutura da proposta visa aqueles fins de defesa nacional e de engrandecimento económico do espaço português.

Tais fins estão Intimamente ligados e a correlação é perfeita, porque sem riqueza não pode haver defesa.

Por um lado, a guerra defensiva que nos impõe o oculto inimigo deve ser feita com a força que resultará da união em todas as frentes e na retaguarda, com todas as energias morais de permanente presença combativa nas fronteiras do ultramar e da metrópole.

Nesta batalha de ser ou não ser, de sobreviver ou morrer, não devem existir indiferenças, quando nas pro-