pretendo que seja apenas considerada a beterraba, mas também os subprodutos para a ai gado de que muito necessitamos.

O Sr. António Cruz: - Se me desse licença, queria também lembrar a V. Exa. que talvez fosse recordar que temos uma boa produção de tabaco nos Açores mas são inúmeras as dificuldades levantadas à importação desse tabaco no continente. Entretanto, continuamos a importar tabaco do estrangeiro e, por força dessa importação, a exportar divisas.

Apoio inteiramente as considerações de V. Exa. no sentido de promovermos a cultura do tabaco d lembrando ao Governo a conveniência de importação do tabaco açoriano, nomeadamente não os colocando aqui a preços quase proibitivos podem entrar em competência com os charutos estrangeiros.

O Orador: - Tem V. Exa. razão. Realmente grande parte do tabaco aqui consumido é importado estrangeiro.

Com as obras de hidráulica agrícola realizadas aumentou consideràvelmente a produção de determinadas culturas e com as obras em execução e projectadas devem obter-se produções muito maiores e possivelmente criação de novas culturas.

Relativamente à industrialização do País, afigura-se-me que a situação geográfica dos centros de produção fabril dentro do nosso território é problema que requer estudo e resolução adequados, uma vez que a sua localização tem influência decisiva no equilíbrio social do desenvolvimento da Nação - porque de uma equilibrada distribuição do trabalho por todo o território do País depende o equilíbrio demográfico dessa população e a anulação, ou pelo menos a redução, dos inconvenientes graves que representam a emigração e mesmo a concentração à volta dos grandes centros urbanos.

O Sr. Serras Pereira: - Muito bem!

O Orador: - Localizando o problema, creio que a orientação que preconizo poderia modificar substancialmente o ambiente social da região ao sul do Tejo entre Vila Franca de Xira e Almeirim, região bastante populosa.

Para isso seria necessário que esta região, que sofreu o terramoto de 1909 - que tanto prejudicou o seu desenvolvimento -, deixasse de suportar encargos que outras regiões não suportam e que limitam a sua expansão.

Constituem elementos indispensáveis ao desenvolvimento económico a organização do serviço de emprego, a formação e a orientação profissionais, que contribuem ainda para assegurar o equilíbrio da oferta e da procura de mão-de-obra e evitar o flagelo do desemprego, com todas as suas desastrosas consequências sobre agregado familiar do empregado, do operário ou do trabalhador rural.

Julgo que não é possível progresso económico sem justiça social, mas tão-pouco é possível fazer autêntica justiça social sem esse progresso.

Sr. Presidente: Terminei as minhas considerações vão também as solicitações que formulo ao d a satisfação, o meu voto concordante a proposta da lei de Meios para 1966.

E, conforme já tenho manifestado nesta tribuna, julgo que não há apenas que investir, mas também crer.

Confiar nas nossas instituições.

Crer num Portugal melhor.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Lopes Frazão: - Sr. Presidente e Srs. Deputados. Ë com a mais viva emoção, devemos confessá-lo, que a minha tamanina pessoa, de voz apagada por um valimento modesto e com o sentir de uma responsabilidade que ó tamanha, pela primeira vez se alcandora a esta tribuna alta de julgamento político.

E a atemorização é grande, muito grande mesmo, porquanto somos humilde técnico da terra, a ela, e só a ela, totalmente entregue neste três decénios de uma vida profissional intensa, toda vivida a margem do mais ínfimo pensamento de alguma vez ser parte, húmile é certo, na soberania nacional.

Isso me faz a todos pedir a benevolência maior para o desatavio da forma e a acanheza das ideias que porventura eu tenha, por dever de acção, de transmitir a VV. Exas. De antemão agradeço a generosidade daqueles que me escutarem.

Sr. Presidente: Muito mais expressão do que as palavras, por maior que seja o seu empolamento, têm os actos, e aquele a que aqui assistimos há dias da reeleição, em voto unânime, da pessoa de V. Exa. para o subido cargo de Presidente desta Assembleia, da mais elevada projecção na vida nacional, a todos quantos, como eu, não tínhamos a honra de conhecer V. Exa. pessoalmente, deu-nos a dimensão exacta das altas virtudes que o exornam, não só como político clarividente, mas ainda, e sobretudo, como mestre distinto e homem cheio de dignidade.

Para mim é sumamente honroso tê-lo na tribuna cimeira desta Assembleia, de que sou fraquíssima parte, conduzindo-a, ninguém o duvida, com a segura mão de leme de hábil timoneiro.

A V. Exa., pois, Sr. Presidente, eu dirijo o preito da minha homenagem sincera.

Ao Sr. Dr. Soares da Fonseca, conceituado e distinguido leader, eu testemunho o meu grande respeito e muito apreço.

Srs. Deputados, meus pares nesta Casa alta da Nação: De credos abatidos, e apenas com a alma tensa de um acendrado sentimento pátrio, todos vamos aqui viver neste quadriénio, há pouco iniciado, uma vida plena de canseiras e de sacrifícios, mas de verdadeira satisfação pelo dever a cumprir. Para VV. Exas. vão os meus sentimentos da mais profunda estima e admiração, afirmando-lhes que estarei sempre convosco, colaborando em tudo quanto seja em favor deste Portugal, que é tão nosso e tão querido.

Seja-me consentido que destaque aqui, endereçando-lhes n cordialidade maior do meu sentir, os eleitos das províncias ultramarinas, que connosco vêm trabalhar, comungando nos mesmos ideais, numa afirmação total da perenidade e indivisibilidade da Pátria Portuguesa.

E ainda mais uma palavra queremos pronunciar, aquela que é devida à presença no seio desta Assembleia da mulher portuguesa, lídima representante da Mãe excelsa de todos os tempos, e que mais uma vez, neste momento de amargura que vivemos, de olhos humedecidos, sem dúvida, mas de alma fortalecida, continua a sobrepor ao seu arraigado sentimento materno a imperiosidade da sobrevivência da Pátria.

bem hajam, minhas senhoras!

O Sr. Sousa Magalhães: - Muito bem!