(Milhares de contos)

Durante os seis primeiros meses de 1966 o Banco de Fomento Nacional aprovou financiamentos e operações de garantia no valor de 494 700 e 23 000 contos, respectivamente.

Como se observa no quadro anterior, o montante global das operações realizadas nesse período excedeu o registado no 1.º semestre de 1965, devido principalmente ao aumento das participações financeiras. Os empréstimos directos elevaram-se igualmente, como resultado do acréscimo dos empréstimos realizados na metrópole, que compensou a contracção dos destinados ao ultramar. A partir de 1963 tem vindo a observar-se considerável expansão do valor global dos capitais movimentados na constituição de sociedades na metrópole, que atingiu no ano transacto 2 milhões de contos, ou seja mais 28 per cento do que em 1964. Para esta evolução tem concorrido essencialmente a constituição de sociedades anónimas. Todavia, é de admitir que, quer no caso da constituição de sociedades, quer no do aumento de capital social das sociedades existentes, o acréscimo da oferta lê novas acções no mercado de capitais se mantenha em nível pouco elevado.

Por outro lado, depois de ter decrescido acentuadamente em L963 e 1964, o montante das autorizações concedidas para a emissão de obrigações privadas no mercado interno acusou no ano transacto sensível elevação, ascendendo a 1 040 000 contos. Entre as emissões autorizadas, sobressaem as relativas ao sector «Transportes e comunicações» -no valor global de 660000 contos - e a do Banco de Fomento Nacional, até ao limite de 250 000 contos, com o aval do Estado.

Nos primeiros seis meses de 1966 foram já autorizadas emissões internas de obrigações no montante de 109000 contos, principalmente para empresas do sector «Electricidade».

Relativamente ao mercado de títulos, importa ainda salientar a recuperação das transacções e as altas de cotação vê lançadas nos dois últimos anos, para o que teria concorrido, em parte, a constituição dos primeiros fundos de investimento. Em 1965 o montante dos títulos transaccionados nas bolsas, bancos comerciais e casas de câmbio elevou-se de 23 por cento, devido essencialmente às transacções de acções, quer de sociedades metropolitanas, quer de sociedades ultramarinas.

No 1.º semestre do ano em curso verificou-se igualmente expansão, em que influíram decisivamente as transacções de acções de empresas da metrópole.

Por sua vez, os valores médios dos índices das cotações na Bolsa de Lisboa das acções de sociedades metropolitanas e ultramarinas elevaram-se em 1965 de 14 e 26 por cento, respectivamente. De igual modo, o índice de cotações para o conjunto de fundos públicos registou valorização no último ano (9 por cento). Esta melhoria de cotações prosseguiu no 1.º semestre do corrente ano: em relação a igual período de 1965, o valor médio dos índices das acções cresceu de 11 por cento para as sociedades da metrópole e de 27 por cento para as ultramarinas.

3-Relações económicas externas

Balança de pagamentos da zona do escudo No quadriénio de 1962 a 1965 as contas exteriores do País saldaram-se

Relativamente às transacções correntes da metrópole, o respectivo déficit apresentou naquele período valor da ordem dos 3 milhões de contos. Esta estabilidade explica-se por a expansão do superavit de invisíveis correntes, devido em especial ao acréscimo das receitas de turismo, ter compensado a elevação do saldo negativo registado nas transacções comerciais. Por seu lado, o superavit das operações correntes das províncias ultramarinas continuou a acusar valores elevados nos últimos anos, embora tenha flectido em 1965, devido ao comportamento desfavorável das transacções comerciais.

Nas operações de capital, correspondentes na sua maior parte à metrópole, formaram-se igualmente avultados saldos positivos naquele período, que devem atribuir-se fundamentalmente às importações de capitais a longo prazo, quer privados, em .especial créditos e empréstimos, quer públicos. Todavia, não obstante o acréscimo que tem vindo a verificar-se do lado das entradas, o saldo das operações de capitais privados a longo prazo experimentou sucessivos decréscimos nos dois últimos anos, como consequência, essencialmente, das saídas de capitais correspondentes a amortizações e reembolsos.