Como se infere do quadro anterior, o aumento da ordem dos 1600 milhões de dólares verificado em 1965 nas reserves oficiais de ouro e divisas dos países europeus da O. C. D. E., em contraste com a quebra das reservas dos Estados Unidos e acrescendo a representação desses países de 50,3 para 51,6 por cento no total das reservas cambiais constituídas, foi determinado, fundamentalmente, pelos acréscimos das reservas correspondentes ao Reino Unido, à França e à Itália. Quanto à quase estabilidade verificada no 1.º semestre de 1966 (o aumento não chegou a 0,5 por cento), ela resultou praticamente do facto de os aumentos nas reservas da França e do Reino Unido haverem sido compensados, na sua maior parte, pelas quebras acusadas nas reservas da Suíça, da Espanha e dos Países Baixos. A conjuntura nos Estados Unidos e Canadá Nos Estados Unidos, a expansão económica prosseguiu em 1965 e no período de Janeiro - Setembro de 1966. Com efeito, o produto nacional bruto, a preços constantes de 1958, atingia o montante de 614,4 milhares de milhões de dólares em 1965 e o de 650,7 milhares de Trilhões no 3.º trimestre do ano corrente (valor anual calculado sobre os dados trimestrais), contra 580 milhares de milhões em 1964 e 551 milhares de milhões em 1963. Isto é: a taxa de crescimento do produto global elevou-se entre 1964 e 1965 de 5,3 para 5,9 por cento e representava-se por quase 5,3 por cento entre os 3.º trimestres de 1965 e 1966.

Para essa expansão em 1965, os principais factores foram, uma vez mais, as despesas dos consumidores em bens e serviços (especialmente as respeitantes a bens de consumo não duradouro e II serviços) e o investimento bruto do sector privado. Mas entre os 3.º trimestres de 1965 e 1961), se as despesas dos consumidores continuaram a ser o impulsionador mais significativo da economia norte-americana, o certo é que o acréscimo do investimento bruto do sector privado foi largamente ultrapassado pelas despesas do sector público em .bens e serviços.

Apesar desta progressão, o índice de preços no consumidor (base: 1957-1959=100) elevava-se somente de 108,1 em .964 para 109,9 em 1965, ou seja cerca de 1,7 por cento. Contudo, no período de Janeiro - Agosto de 1966 a taxa de acréscimo do índice aproximava-se dos 2,5 por cento, denunciando a acentuação de pressões inflacionistas.

Entretanto, prosseguia a tendência para a descida da taxa de desemprego, de 5,7 por cento em 1963 para 5,2 por cento em 1964 e 4,6 por cento em 1965, cifrando-se em 3,8 por cento no mês de Setembro último. E entre os meses de Setembro de 1965 e 1966, ao mesmo tempo que o número de horas de trabalho efectivo por semana se acrescia de 41 para 41,4, o valor do salário médio semanal subia de 107,83 para 113,44 dólares.

ascensional do montante dos depósitos a prazo: de 125,2 milhares de milhões de dólares no fim de 1964 para 145,2 milhares de milhões em Dezembro de 1965 e 156,9 milhares de milhões em Setembro de 1966.

Concomitantemente, acentuava-se a alta das taxas médias de juro das operações do mercado monetário, bem como a das taxas médias de rendimento real das acções e obrigações, situando-se aquelas, no fim de Setembro passado, entre 5,36 por cento (taxa de juro dos bilhetes do Tesouro a três meses) e 5,89 por cento (taxa média de oferta dos dealers para o papel comercial de quatro a seis meses) e as taxas de rendimento dos títulos entre 3,75 por cento (dividendo real das acções comuns) e 5,78 por cento (juro real das obrigações de certas empresas).

Nas bolsas, e segundo os índices de Standard and Poor (base: 1941-1943=100), as cotações das acções, depois de subirem de 81,37 para 88,17 entre 1964 e 1965, manifestavam nítida tendência para a baixa ao longo do período de Janeiro Setembro de 1966, cifrando-se o respectivo índice em 77,81 no fim deste período, contra 89,38 em Setembro do ano passado. Igualmente, as cotações dos títulos de obrigação, tanto de dívida pública como das empresas, acusavam quebras mais ou menos acentuadas. Pelo que respeita à balança de pagamentos internacionais dos Estados Unidos, julga-se de notar, antes de mais, que o superavit usual da balança de transacções correntes, depois de considerável melhoria em 1964, voltou a descer em 1965, de 7611 para 5963 milhões de dólares, em consequência, fundamentalmente, do incremento nas importações de mercadorias. Em contrapartida, diminuía muito sensivelmente o deficit das operações de capitais privados (em um pouco mais de 2800 milhões de dólares) - comportamento este determinado, em especial, pelos movimentos dos créditos a curto prazo -, do mesmo passo que também se contraía o saldo negativo da balança do doações e operações de capital do sector público.

Em consequência destas variações e das averbadas noutras rubricas da balança geral de pagamentos internacionais, o déficit global reduzia-se em 1965 a menos de metade do registado em 1964. Mas, entre os dois 1.º trimestres de 1965 e 1966, a tendência era para o agravamento do déficit final, por efeito, particularmente, da progressão nas importações de mercadorias e serviços e da evolução mais desfavorável na balança de capitais dos sectores privado e público.

Parece de salientar, ainda, que o excesso das responsabilidades a curto prazo sobre, as reservas totais dos Estados Unidos continuou a crescer em 1965 e no período de Janeiro - Agosto do 1966, representando-se no fim deste período por valor superior ao quíntuplo do que se verificava em Dezembro de 1964.