se baseou tal estimativa aconselha que os indicadores por ela oferecidos sejam tomados com as maiores reservas. Passando à análise da evolução recente do produto interno bruto ao custo dos factores, por sectores de actividade e a preços constantes de 1963, cabe referir, de acordo também com os aludidos quadros apresentados pelo Instituto Nacional de Estatística, que a taxa de acréscimo desse produto aumentou de 6,3 por cento em 1964 para 7 por cento em 1965.

Produto interno bruto ao custo dos factores

(Em milhões de escudos, a preços de 1963)

Depreende-se do quadro anterior que as principais contribuições para a expansão do produto interno, obtida em 1965, foram dadas pelo novo acréscimo da produção das indústrias transformadoras e pela recuperação no sector agropecuário, a que se agregaram acréscimos, muito semelhantes em valor absoluto, em todos os grupos das actividades terciárias. Contudo, a progressão das indústrias transformadoras em 1965 (11,3 por cento) terá sido inferior à de 1964 (15,2 por cento), estimando o Instituto Nacional de Estatística para o ano corrente um novo abrandamento na expansão do produto industrial. Note-se, entretanto, que para o referido aumento do produto das indústrias transformadoras haverão concorrido principalmente os sectores dos têxteis, vestuário e calçado e os das indústrias metalúrgica de transformação, mecânicas e eléctricas e de material de transporte.

Além disto, a análise da origem do produto interno bruto, por sectores de actividade e a preços constantes, para o período de 1956-1965, suscita algumas observações:

a) Durante esse período, o incremento total do produto originário do sector agro-pecuário não terá atingido os 15 por cento, o que aponta a quase estagnação dos resultados da actividade agrícola;

b) Pouco maior do que o anterior se revela o acréscimo do produto correspondente ao sector da- silvicultura, comportamento que se não afigura confome com o esforço desenvolvido no repovoamento florestal (permitindo a inquestionável expansão na extracção de madeiras), nem com os progressos averbados nos sectores de madeiras, cortiças e mobiliário e do papel e pasta para papel;

c) O aumento total do produto da pesca não terá alcançado os 20 por cento, o que se afigura claramente desproporcionado em relação aos investimentos realizados na modernização e alargamento da frota pesqueira nacional e que, a ser real, levaria a concluir pelo abaixamento dos coeficientes de produtividade;

d) O produto originário das indústrias extractivas manteve-se em tendência degressiva, apesar do expressivo incremento que se verificou na exploração de certas fontes de matérias-primas (pedreiras, etc.), com a sua projecção na considerável expansão do sector da pedra, argila e vidro nas indústrias manufactureiras.

Outras observações se poderiam expender acerca da evolução, no último decénio, do produto dos diversos sectores, tal como foi recentemente calculado a preços constantes de 1963, depois de diversas revisões, pelo Instituto Nacional de Estatística, demonstrando, no entender da Câmara, a necessidade de uma análise mais profunda e pormenorizada do conjunto dos elementos obtidos e do seu confronto sistemático com diversas outras estatísticas dis-