ração das cotações médias das acções de empresas ultramarinas, que tão afectadas haviam sido pela quebra no período de 1960-1963. Para esta alta não pode desprezar-se a influência que têm tido â existência e o funcionamento dos fundos de investimento nacionais.

Finalmente, de acordo com o relatório do projecto de proposta de lei, nota-se que os acréscimos do crédito distribuído -)ela Caixa Geral de Depósitos, Crédito e Previdência foram, em valor absoluto, muito semelhantes, tanto entre 1964 e 1965 como entre os 1.ºs semestres de 1965 e 1966. Quanto ao Banco de Fomento Nacional - cujo montante de operações havia decaído consideràvelmente de 1964 para 1965 -, verificava-se uma recuperação nítida entre os 1.º semestres de 1965 e 1966. O comércio externo e a balança de pagamentos Em 1965, a balança geral de pagamentos internanacionais da zona do escudo voltou a apresentar um excedente, do montante de 2323 milhões de escudos, que se deveu exclusivamente ao superavit das operações de capital, com destaque para as operações de capital a longo prazo dos sectores público e privado. Com efeito, o saldo positivo dos invisíveis correntes (8389 milhões de escudos) veio a ser ultrapassado pelo déficit da balança de mercadorias, pelo que no total das transacções correntes se registava um déficit de 450 milhões de escudos.

Confrontando os resultados da balança geral de pagamentos em 1965 com os obtidos no ano anterior, verifica-se uma quebra da ordem dos 1180 milhões de escudos, por efeito, principalmente, do acréscimo no déficit da balança de mercadorias (um pouco mais de 3600 milhões de escudos). Na verdade, o superavit da balança de invisíveis correntes mostrou um novo aumento (quase 2680 milhões de escudos), devido em particular às melhorias nos saldos da metrópole por «Turismo» (cerca de 400 milhões de escudos), por «Transferências privadas» (pouco menos de 840 milhões de escudos) e por «Diversos» serviços e pagamentos de rendimentos (mais de 770 milhões de escudos) e à melhoria na balança de invisíveis do ultramar (mais de 640 milhões de escudos), na qual pesam as receitas dos portos e caminhos de ferro de Moçambique e os excedentes de invisíveis obtidos por Macau. E, na balança de operações de capitais, o decréscimo do superavit não chegou a 270 milhões de escudos, porque a variação positiva nas operações a curto prazo compensou a maior parte da quebra nas operações a longo prazo. No 1.º trimestre de 1966, a referida balança geral de pagamentos internacionais da zona do escudo averbava um déficit de 654 milhões de escudos, consequente não só do déficit habitual da balança de mercadorias, mas também da formação de um avultado saldo negativo nas operações de capitais privados a curto prazo. É de salientar, no entanto, que, por efeito do superavit da balança de invisíveis correntes, se constituiu um saldo positivo de quase 440 milhões de escudos na balança de transacções correntes.

Em relação ao trimestre homólogo de 1965, a balança mostrava um acréscimo de déficit no montante de 455 milhões de escudos, adveniente apenas do comportamento da balança de operações de capitais (acréscimo de 892 milhões de escudos no déficit por operações a curto prazo e quebra de 263 milhões de escudos no excedente por operações a longo prazo), porque se contraíra o saldo negativo da balança de mercadorias e aumentara novamente o superavit da balança de invisíveis correntes.

Contudo, a avaliar pela evolução da balança cambial do Banco de Portugal - onde se projecta, em regra, a maior fracção dos resultados globais da balança geral de pagamentos - a situação melhorou no 2.º semestre, de tal modo que entre os períodos de Janeiro-Setembro de 1965 e 1966 se registava um acréscimo de excedente, nessa balança, de um pouco mais de 560 milhões de escudos. Dada a importância que, como vimos, assumem as variações das transacções comerciais com o estrangeiro, pareceu de formular algumas observações mais pormenorizadas sobre a evolução recente dessas transacções.

Pelo que respeita ao comércio da metrópole com o estrangeiro, o quadro XIV mostra que entre 1964 e 1965 se agravou muito acentuadamente o déficit global, por efeito exclusivamente do acréscimo das importações, dado que as exportações ainda aumentaram quase 11,8 por cento. Igualmente, entre os períodos de Janeiro-Agosto de 1965 e 1966, se observava nova elevação do déficit, também em consequência do comportamento das impor tacões, mas o agravamento médio mensal apresentava-se muito inferior ao de 1965 em relação a 1964.

Comércio especial da metrópole com o estrangeiro

(Valores alfandegários em milhões de escudos)