melhores equipas de futebol do Mundo e sagrar-se verdadeiro e incontestado campeão do civismo e da correcção.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - O acontecimento encheu de natural e justificadíssimo orgulho todo o mundo lusíada. Na verdade, através do desporto e, dentro dele, pelo futebol, Portugal afirmara mais uma vez ao mundo a sua forte vivência e as suas invejadas virtudes cívicas!

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Mas, Sr. Presidente, esta válida afirmação não aconteceu ocasionalmente em Inglaterra!

Portugal tem sido chamado repetidamente aos contactos internacionais que o futebol propicia, como actividade da maior e mais saliente valia e do maior, interesse social e económico em cada país.

Ora, quando se trata da prática do desporto, os povos, seja qual for a sua ideologia política e o limite de confiança internacional que essa mesma ideologia tenha traçado e exija, entendem-se sempre na linguagem clara e simples que é própria do desporto e as pugnas que travam não buscam qualquer supremacia à custa do aniquilamento do adversário.

Fiel aos seus normativos ancestrais, o desporto continua na senda dos grandes primados ecuménicos do olimpismo, que se traduzem e consubstanciam na dignificação do espírito, simultâneamente com a procura da valorização do corpo!

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Assim o têm entendido, e continuarão certamente a entender, as nações, e daqui que se verifique liberdade plena nos sorteios das grandes competições de futebol internacional, em que o ordenamento dos adversários nem teme as distâncias nem as fronteiras, nem impacta em obstáculos políticos ou ideológicos. Defrontam-se em compreensiva fraternidade os países que a sorte aglutinou, em busca dos melhores praticantes.

Mercê destes princípios incontroversos, o futebol português tem jornadeado por avantajada parte do Mundo e atravessado até as «cortinas», tem deixado nessas sete partidas a segura afirmação do seu valor e, principalmente, a afirmação de Portugal como nação disciplinada e ordeira, em que não há discriminação, servindo, assim, com verdadeira elevação, as nobres causas nacionais.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Por isso, e cumpre afirmá-lo sem reticências, tem feito mais o futebol nacional e aqueles quê bem o têm sabido servir, pela vigorosa afirmação de Portugal e dos seus valores no estrangeiro, do que a maioria das nossas instituições cujas missões específicas se traduzem na obrigação de promoverem essa mesma divulgação.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Sr. Presidente e Srs. Deputados: Conquistando, como efectivamente temos conquistado, um lugar de tanta proeminência no concerto dos melhores valores do futebol mundial, não podemos, de modo algum, perder essa posição de tão grande significado e tão difìcilmente conquistada.

Se é certo que, para tanto, a maior parte das tarefas têm de pertencer aos clubes e à hierarquia do próprio futebol, não é menos exacto que a dificuldade e a transcendência das missões que têm de cumprir-se exigem apoio integral e a melhor compreensão dos departamentos oficiais.

Que não se esqueça que o futebol nacional está a propiciar em nossos dias um forte caudal de receitas que, por intermédio das Apostas Mútuas Desportivas (Toto-bola), contribui poderosamente para a realização de obras do mais elevado cunho social ... mas não se exagere na exigência ...

Não pode igualmente exigir-se aos já sacrificados clubes nacionais, como estruturas da prática do desporto, apenas o dever da válida preparação dos atletas portugueses; ajudem-se os mesmos clubes, eficiente e substancialmente, a executar essa complexa preparação, em ordem ao suprimento dos valores que têm de continuar a tradição que se ganhou tão sacrificadamente.

Muito há a fazer e não pode haver tardança, em executá-lo para podermos renovar os sentimentos de orgulho que nos levaram a saudar e a louvar há pouco os briosos componentes da representação do futebol de Portugal, que perante o Mundo, de olhos atentos à magia fantástica do desporto-rei em nossos dias, afirmaram as ínclitas virtudes da nossa raça.

Tenho dito.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

douta Assembleia, a cujos distintos membros se não prometemos franca e total colaboração é porque fazê-lo seria admitir que, também aqui, alguém pudesse haver que se furtasse ao mais elementar dos deveres - o amor à Pátria, amor que implicará, naturalmente, os esforços todos que cabem nas nossas forças, em sincronia perfeita os de uns com os de outros.

Não nos esquivaremos aos nossos - grato dever -, empreendidos sempre em prol deste Portugal de aquém e de além-mar, já abrangendo-o na sua pluricontinentalidade, já em referência a uma simples parcela do mesmo todo, como o caso que ora nos ocupa, em que temos duas simples palavras a dizer com respeito a factos passados nas nossas terras de Bragança.

Sr. Presidente e Srs. Deputados: «Entre, quem é» diz-se em terras de Bragança a quem quer que nos bata à porta. E a porta abre-se logo, e as visitas entram, e cada qual as recebe o melhor que sabe e pode. Sempre.

Tal «entre, quem é» fez-se ouvir várias vezes, e com particular deferência, nestes últimos meses. É que não eram de todos os dias os visitantes que nos davam o