Travou com mão forte a saída de capitais.

Constrangeu as importações.

Reduziu as despesas no estrangeiro e reduziu até os investimentos.

O Banco de Inglaterra promoveu a redução da liquidez.

Até agora estes e outros meios utilizados não recompuseram satisfatoriamente a (situação, apesar de em seu socorro terem voado alguns grandes bancos estrangeiros, mostrando-se aos gentlemen, generosos, cavalheirescos e capazes de jogo mais do que asseado.

Medidas mais expeditivas foram tomadas nos preços e rendimentos.

Mais expeditivas, mas não sei se verdadeiramente socialistas.

Comprimiu-se o poder de procura.

Despediu-se o pessoal sobrante dos limites fornecidos pela colocação.

Bloquearam-se os salários.

Congelaram-se os preços.

Atacaram se as compras e os créditos.

Surgiu uma fiscalidade selectiva que não ignora os trabalhadores.

E os Ingleses puderam estancar a alta e pôr certa ordem em sua casa.

Mas na terra de Beveridge surdiu de novo o desemprego, com os seus clamores, tristezas e com as suas vítimas, numa comunidade que esperava o full employment e uma política plenamente racional.

A Inglaterra dá-nos, assim, uma lição corajosa, mas lógica, um exemplo perturbador e pessimista, embora não lhe faltem se condições de regresso saudável e as vozes de prudência, e equidade.

Ela leva mais de que nos traz, em valores do comércio.

Assim, em 1964 exportou para Portugal 102,8 milhões de dólares e recebeu 81,1. É isto que nos diz a E. F. T. A:

A ilustre França do general De Gaulle apresenta um potencial político-económico formidável e procura desembaraçar-se da compromissos militares para, no traçado de uma nossa independência, regressar à sua antiga e poderosa posição na balança de forças.

Apesar de algumas dificuldades e tendências acentuadas inflacionistas, ela mantém o domínio monetário e do crédito e insere-se numa alta mais que apreciável, nas paridades de poder de co mprador.

Fruto dos seus campos sem rivais, dá sua técnica industrial cuidadosa e diversificada, explorando sabiamente as lindezas dos departamentos e das suas grandes cidades, enleando pelo requinte das produções e prendendo pelo luxo ostensivo, construindo em larga escala, economizando franco a franco, revendo cautelosamente as «adições» dos estabelecimentos, as contas, e a Conta Geral do Estado, poupando e investindo, a França dispõe de meios e condições ;em rival.

Não falando em que atrai e absorve por um turismo concertado que agora a recobre de hotéis, de pensões, de restaurantes e de salas de espectáculo, na qual se empenham os artífices e operários que desertaram das nossas terras.

Isto lhe assegura créditos que bastem para cobrir os déficit s da si a balança de pagamentos.

E assim pôde a França converter dólares bastos em ouro maciço e tornar-se campeã recente do já arcaico sistema do gold standard, ela que foi pátria do bimetalismo.

Não há que sublinhar que se entregue à travagem dos bens de equipamento e ao combate da alta, pelos cerceamentos orçamentais.

Estes fenómenos carecem ser vistos de mais longe e sem esquecer que, depois de anos e anos, a França apresenta orçamentos equilibrados, recorre aos velhos princípios da universalidade e tem na sua Cour napoleónica um instituto meticuloso que fiscaliza, além das contas públicas, a correcção administrativa e económica e a eficiência de serviços públicos de qualquer índole.

Claro que as decepções também não a excepcionam; foi assim que o avanço ultra-rápido dos Chineses permitiu bruler l'étape e deixar para trás os esforços descompassados e discutíveis do seu governo atómico.

A França é a nossa compradora primeira de vinho do Porto e a sua preferência tem o sabor e consagração de uma realeza.

Alemanha de Oeste:

Poucas palavras direi deste grande país, enriquecido pela invenção, pela técnica e pelo trabalho, que funciona em pleno. Não existe desemprego. A Alemanha precisa ainda de 1 800 000 trabalhadores mais na indústria e 600 000 nas suas granjas, as quais são, em grande parte, do Estado e ostentam dimensão média.

Apesar disso, ela dá a impressão de superlotada e as grandes cosmópolis vizinham com outras grandes e as unidades fabris de dimensão descomunal acumulam-se em Dusseldórfia e outros pontos, que parecem transportar-nos à América do Norte, sua rival.

Aumentando o redesconto, os juros, limitando os levantamentos, condensando os lucros, provocando a morosidade e a revisão das aberturas de crédito, utilizando menos o open market ..., pretendeu-se conservar a solidez do mercado de capitais e domar os preços, tudo isto sem, todavia, recompor, por inteiro, a balança de pagamentos.

Mas o coração da Alemanha pulsa agitadamente no Reno, com as suas drenagens infinitas, nas multidões disciplinadas, num trabalho organizado, que não pára, nem esmorece, e na certeza de suplantação pelo trabalho e pela técnica, que são o seu maior segredo.

Deve o ouro ser reposto no seu antigo pedestal?

Ou deve apenas ser coadjuvado, completado e suprido na sua raridade?

Será a altura de se pensar numa nova moeda?

A estas e outras questões correlacionadas devia dar-se resposta na 22.a Assembleia do Fundo (Monetário Internacional, realizada em Setembro deste ano.

Cem ministros das Finanças, sob a presidência do Irão, várias autoridades monetárias de polpa, técnicos que julgam não haver outra linguagem senão as séries registadoras e as curvas varadas para os modelos futuros, práticos da banca, procuraram responder por diversas formas a estas e outras complicadas questões.

Os Estados Unidos da América e a Inglaterra apresentaram projectos e propostas. Mas a França, a Bélgica, a Alemanha Federal, negaram-lhes o seu acordo.

No fundo, atrás das intervenções e ocultados pelos argumentos, estavam em debate outros problemas - a ascendência do dólar e da libra, uma reforma monetária de maior escala, as taxas de juro que agora sobem sem licença e a ajuda ao Terceiro Mundo para o amortecer ou, pior ainda, para o despertar e erguer sem se saber como e contra quem.

Portanto, acentue-se, a reforma monetária que deveria gizar-se a favor de todos, de amigos, compartes, vizinhos e aliados, e sobretudo para ajudar o Terceiro Mundo.

Woods, presidente do Banco Mundial, quer um sistema que alargue os créditos de desenvolvimento para o quá-