druplo, a fim de acudir aos países em evolução, que são a maioria.

Mas terá de se subir o juro para 6 por cento. O seu Banco vai ser constrangido a isso (sic).

Schweitzer, director-geral do Fundo Internacional, estudou a diminuição das exportações dos países em via de desenvolvimento, a necessidade de finanças compensatórias, o mecanismo da criação de reservas adicionais em curto prazo para obter maior liquidez internacional, facilidade nos negócios e segurança no comércio mundial.

Vários oradores acentuaram a necessidade de reservas suplementares.

Mas foi dito que os países com situação firme deviam abrigar-se, controlando a inflação.

A França propôs uma solução neutral, chamada de branco e preto.

No fundo reclamava-se estabilidade geral, negócios mais avultados e fáceis, pontos de apoio sólidos e em número maior que o actual.

Foi preciso que a crise tocasse pela porta dos grandes países para se promover a formação de uma opinião qualificada, ge nérica, mas salvadora.

As propostas de solução pareceram anais que modestas.

Tempos estes -que não os da minha mocidade estudiosa-, tempos de Irving Fisher, de Gustavo Cassei e de Keynes, homens inteligentíssimos e (resolutos.

A ciência e a arte entorpecem na aluvião dos elementos medidos e a imaginação dos teóricos também não desperta num mundo prolixo e conjecturai.

Somos um pouco injustos, porque, apesar dos novos factores, o elemento fundamental da reserva e o denominador comum das paridades continua a ser o ouro,- o qual tem um pool e uma convenção, tem os seus apóstolos e liga às moedas de projecção mundial as produções de maravilha da Califórnia e do Rand.

O relatório do nosso banco emissor regista a complexidade do problema e das negociações e prevê lentidões de processamento, mas parece aguardar para voltar ao fundo da quês cão.

O Plano Rueff:

interesses dos que, como nós, basilarmente, dispõem de ouro.

Para que nem tudo fosse exíguo e condicionado, para remover a catástrofe segundo as suas previsões, o mestre francês apresentava um plano de reforço do preço do ouro e pretendia aproveitar-se das vantagens de uma inflação geral em larguíssima escala.

Seria justo - perguntava ele - que a tonelada de carvão e a tonelada de aço recebessem o dobro em ouro do que mereciam, antes de 1934?

Não se trataria de receio próprio de um feticlaísmo ultrapassado, que apenas é ditado pelos mercados?

Rueff planeava uma série de medidas que começariam na restrição das reservas em dólares e em esterlino e que implicavam também a subida simultânea do ouro nas diferentes bolsas e mercados.

A mais-valia assim obtida haveria de ficar afecta ao desenvolvimento dós países menos evoluídos. E os governos obteriam, desta sorte, novas e grandes margens nas suas operações criadoras.

E certo que isto implicava a liquidação das dívidas exteriores em ouro, ou a sua consolidação em vinte anos o que, de qualquer modo, produziria um surto de dificuldades e desembolsos.

Porém, esta larga e deliberada operação desencadearia nova maré de negócios e revestia-se de um aumento geral de prosperidade.

Não se sabia, em todo o caso, se os preços ficariam contidos e, menos ainda, se findaria a guerra das divisas qualificadas, nas praças mundiais.

Seja como for, os Estados Unidos opõem-se, com todas as veras de uma convicção inabalável, à revalorização do ouro.

Não sei bem, pois, qual é a nossa posição perante o esquema do professor. Mas já disse, minutos atrás, o que predomina nos nossos interesses.

Terei de acrescentar, apenas, dois reparos:

Primeiro, as nossas finanças têm sido sempre avessas a reajustamentos maciços, porque comportam grande dose de ilusão e de inutilidade.

Em segundo lugar, a nossa política monetária e de preços lutou bastas vezes, na medida possível, pela estabilidade do poder comprador e de valores para o largo prazo.

Assim, a sugestão ousada de dirigismo monetário, a despeito das suas óbvias vantagens, encontra razões tradicionais que não permitem nela embarcar sem tormenta.

Isto nos conduz para a larga questão da liquidez internacional.

O sistema monetário internacional deveria ser tal que ajudasse a produção e melhorasse rapidamente o comércio mundial.

Em grandes países, as reservas ouro e as reservas em divisas estão-se a esgotar dia a dia e ameaçam de eclipse os países de posição comercial, industrial e financeira predominante.

Por outro lado, as necessidades mundiais de novos mercados, de acréscimos de vendas e de novos fabricos, também cada vez mais, impõem recursos suplementares transferíveis, financiamentos e poderes de compra internacional para acudir à expansão, ou melhor, no progresso geral do Mundo.

O grande problema da hora presente é o da liquidez mundial, ou seja o funcionamento de um sistema monetário internacional sem choques, sem paragens, sem desvios.

Se há liquidez a mais, aqui e além, alguns países tornam-se donos e senhores, adquirem posições de supremacia nas bolsas e nos mercados e podem rir-se ou explorar a debilidade alheia.

Se há liquidez a menos, tem de se vender e não se pode comprar, estuo fechadas as cancelas do desenvolvimento, consagra-se uma inferioridade e cai-se em estagnação, se não se caminha em retrocesso.