Francisco José Roseta Fino.

Gabriel Maurício Teixeira.

Hirondino da Paixão Fernandes.

Horácio Brás da Silva.

Jaime Guerreiro Rua.

João Nuno Pimenta Serras e Silva Pereira.

João Ubach Chaves.

Joaquim de Jesus Santos.

Joaquim José Nunes de Oliveira.

José Alberto de Carvalho.

José Gonçalves de Araújo Novo.

José Janeiro Neves.

José Manuel da Costa.

José Maria de Castro Salazar.

José Pais Ribeiro.

José Soares da Fonseca.

José Vicente de Abreu.

Júlio Dias das Neves.

Leonardo Augusto Coimbra.

Luciano Machado Soares.

Luís Arriaga de Sá Linhares.

Luís Folhadela Carneiro de Oliveira.

Manuel Colares Pereira.

Manuel João Cutileiro Ferreira.

Manuel José de Almeida Braamcamp Sobral.

Manuel Marques Teixeira.

Manuel de Sousa rosal Júnior.

D. Maria Ester Guerne Garcia de Lemos.

D. Maria do Lourdes Filomena Figueiredo de Albuquerque.

Mário Amaral Salgueiro dos Santos Galo.

Mário Bento Martins Soares.

Mário de Figueiredo.

Miguel Augusto Pinto de Meneses.

Raul da Silva e Cunha Araújo.

Rogério Noel Peres Claro.

Rui Manuel da Silva Vieira.

Rui Pontífice de Sousa.

Sebastião Garcia Ramirez.

Sérgio Lecercle Sirvoicar.

Sinclética Soares Santos Torres.

Teófilo Lopes Frazão.

Tito Lívio Maria Feijóo.

Virgílio David Pereira e Cruz.

O Sr. Presidente:- Estão presentes 79 Srs. Deputados.

Está aberta a sessão.

Eram 16 horas e 15 minutos.

rtes da ordem do dia

Deu-se conta do seguinte

Da direcção da Associação Bejense Protectora das Crianças, de apoio caloroso à intervenção do Sr. Deputado Lopes Frazão.

Do Grémio de Industriais de Lanifícios da Covilhã aplaudindo a intervenção do Sr. Deputado António Santos da Cunha.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra, antes da ordem do dia, a Sr.ª Deputada D. Maria de Lourdes Albuquerque. Convido a Sr.ª Deputada a subir à tribuna.

A Sr.ª D. Maria de Lourdes Albuquerque: - Sr. Presidente: Cabe-me hoje a honra de subir a esta tribuna para evocar uma data particularmente dolorosa. Conforta-me, porém, verificar que esta mágoa é compartilhada por todos que me escutam.

Custou-me subir estes degraus pisados pelos mais altos vultos da Nação e daqui mesmo quero prestar-lhes a minha homenagem, assim como a V. Ex.ª, Sr. Presidente, como preito e admiração pelo exemplo que recebemos de V. Ex.ª

Aqui me encontro impelida unicamente pela sensibilidade de cidadã sincera, que sou, para recordar um dos maiores ultrajes à justiça, à paz e aos direitos do homem.

É uma recordação angustiante, mas necessária, para que os nossos compatriotas saibam no Estado da Índia que não os esquecemos e que a nossa actividade se traduzirá cada vez mais numa acção constante pela reivindicação dos nossos direitos.

Vozes: -Muito bem!

A Oradora: - Aproxima-se o 18 de Dezembro, data que manchou as páginas da história da humanidade, diminuindo ainda mais a Organização das Nações Unidas, por deixar em farrapos a sua Carta, para não falar já da forma como foram traídos, e pelos seus mais dilectos discípulos, os princípios de Gandhi, que haviam granjeado prestígio para a índia.

Os altos interesses das grandes potências, a subserviência vergonhosa que as faz fugir às responsabilidades assumidas, cega a razão e a sobrevivência de quase 1 milhão de indo-portugueses, parece não preocupar os que se arvoram em defensores de minorias.

A destruição do Estado da Índia é um crime consentido por essas mesmas nações, que deveriam prezar o que durante séculos heróis e santos conseguiram realizar para a civilização ocidental.

Vozes: - Muito bem!

A Oradora: - Há meses, em Londres, falando com alguns deputados conservadores e trabalhistas britânicos, foi-nos dado verificar que havia falta de esclarecimento sobre as verdadeiras razões dos tristes acontecimentos que estão a ter lugar no Estado da Índia desde 18 de Dezembro de 1961. E nem todos tinham bem presente a diferença existente entre os Indo-Portugueses e os vizinhos do outro lado da fronteira.

Gostámos de lhes fazer notar que a Grã-Bretanha sempre reconhecera essa diferença, comprovada pela preferência dada aos Indo-Portugueses em relação aos Indianos, seus súbditos, nos cargos públicos e de confiança durante a dominação britânica na índia. Foi igualmente oportuno fazer-lhes lembrar que na antiga África Oriental Inglesa a administração daquelas colónias britânicas estava, em grande medida, confiada aos Goeses, mercê da sua preparação, zelo pelo trabalho e uma honestidade que não encontravam nos seus súbditos.