oderá ver se igualmente consultarmos as poucas estatísticas de que dispomos.

Não vamos maçar VV. Exas. citando-as aqui diremos apenas, em resumo.

1.º Tem aumentado desde 1952 até 1965 e número de editores e livreiros inscritos no respectivo Grémio eram 361 em 1952 e foram 656 em 1965.

2.º As bibliotecas, que em 1937 eram 62, subiram em 1965 para 234, sendo 89 em 1960 as de mais de 5000, volumes e 105, 200 e 220, respectivamente, em 1961, 1962 e 1963,

3.º Os volumes, existentes de 1 120 000 em 1967 subiram para 8 375 000 em 1965 e os leitores passaram de 448 000 para 2 287 000.

Muitos leitores? Não. Pelo contrário, pelo que urge criar mais possibilidades de leitura, já apresentando o livro na frente do possível leitos, já embaratecendo a seu custo.

Outro dia, em 9 de Dezembro de 1966, e Diário de Lisboa trazia a notícia de que numa cidade da Alemanha se criara um eléctrico-biblioteca a circular como os de passageiro à parte determinadas paragens para requisições e leitura.

Sabemos que o processo, no tocante à nossa capital só formalmente se apresenta como inédito dado que a Câmara tem os seus automóveis-bibliotecas, com a grande vantagem de as leituras serem grátis. Mas, ocorreu-nos uma pergunta não estará aqui, na feição inédita que as coisas se pode dar, uma forma para chamar a atenção do público? Não valerá a pena aplicar, na nossa terra, esta ou outras, que chegando junto do leitor lhe digam: Toma, lê?!

Há anos, numa visão lúcida do problema, o Ministério da Educação Nacional lançou a grande campanha da educação popular. Ensinou-se a lei a milhares e milhares de almas e depois procurou-se dar-lhes que ler. Surgiram desta arte volumes sobre volumes, qual deles com maior interesse a correrem lestos para aqui e para acolá entrando em todo o lado. Rápido se esgotaram, para nunca mais, nem esses nem outros voltarem, pelo preço a aparecer.

Todos os anos num ciclo constantemente renovado, lança o lavrador a semente à terra. Por isso o Outono lhe enche o celeiro de pingues e dourados frutos.

O edifício de que se (...) os alicerces e colocaram as primeiras pedras, no dizer do maior dos (...) de grande campanha, precisa de continuar a erguer-se nos (...). Propicie-se um clima favorável e dê-se a possibilidade de compra (...) que casa não entrará o livro se lhe dissermos. Sê bem-vindo, entra!?

Perguntámos acima como é que podem criar o hábito de leitura um operário que monejasse de sol a sol. Acrescentaremos agora como poderá, efectivamente, criar tal hábito, moneje ou não de sol a sol, se na sua terra não existe um único livro - nem na Casa do Povo se a há nem na escola primária, e bibliotecas públicas municipais ou não, são tantas as terras que não as tem!

Que afortunado, que invejável, o país onde toda a gente lesse livros «de (...)» por dentro, dizia Castilho, e com razão! É que Sr. Presidente e Srs. Presidentes, nem todos os livros são de (...), como VV. Exas. Sabem.

«37 por cento da delinquência juvenil verificada na América provem da influência de más leituras» dizia-se numa das legendas que figuravam na Exposição A Juventude e o Livro levado a efeito pela Editorial Verbo no Secretariado Nacional da Informação e já aqui lembrada pelo ilustre colega Dr. Marques Teixeira em 9 de Fevereiro último, que acrescentava «Tal como um germe que pode matar ou salvar muitas vidas, o livro pode constituir uma ameaça para o espírito em contribuir para a sua valorização».

O livro pode constituir uma «ameaça para o espírito», e para o coração e para a saúde, e para a fortuna, diria o poeta que há momentos lembrámos.

Para o espírito - desde a literatura «em quadradinhos» a contribuir para a «estabilização de uma nova preguiça mental», como dizia Odette de Saint-(...) em entre-