Não lê muito a nossa gente, mas lê alguma coisa, como vimos, o mais lerá se nós, responsáveis, pudermos e soubermos e quisermos incutir nos jovens o gosto pela leitura. Como humilde professor de Português quo somos, (...) em condições de poder dizer, sem receio do desmentido, que os nossos rapazes terão tudo quanto nós quisermos que eles leiam. O problema esta todo em saber dar-lhes a ler com «conta, peso e medida», como diria o bom Sebastião da Gama.

A nossa juventude lê, e mais lerá se lhe abrimos novas possibilidades tornado o livro financeiramente mais acessível organizando novos circuitos de distribuição, de modo que seja o livro que procura o leitor, criando bibliotecas onde as não há - e são tantas e tantas as terras em que as não há, fazendo-o sugestivo, atraente. Não vimos nos, em tempos que um aluno de certo ano compra um livro do ano seguinte de Matemática, só em razão da sua apresentação, que outros aspectos não pôde considerar.

Por outro lado, desenvolvamos a literatura juvenil, que é que o gosto pela leitura verdadeiramente se enraiza.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - A «literatura de quadradinhos» é figurino que está graças a Deus, a passar de moda. De novo em cena o livro tradicional aqueles que lhes descobrem o mundo em que vivem e aqueles que lhes dão a conhecer as grandes figuras e suas grandes viagens, aqueloutros, mais pacatos que os deixam mais peito na margem deste regato, ou mais além, naquele bosque, onde a água corre tranquila e o animal é amigo do homem, finalmente, para os mais novos, aquelas històriazinhas simples e ingénuas de que Eça de Queirós falava na sua Carta de Inglaterra a propósito da literatura infantil.

Depois cuidando do seu conteúdo - evitando muitos erros que se estão a deixar passar em muitas edições recentes, geralmente traduzidas (erros de doutrina, erros sem conta de linguagem, etc) -, depois, é só dar-lhes, a todos eles aos de simples recreio e aos outros mesmo aos de estudo uma foi ma atraente, aquela afinal, que muitas casas editoras têm ultimamente sabido daí!

Será maior então o gosto pela leitura, maior hoje do que ontem, maior amanhã do que hoje até que por este andar, chegaremos ao país que Castilho sonhava desde os palácios até às choças, todos os homens todas as mulheres e todas as crianças, sem excepção saberão ler e amarão a leitura, encontrando-se em todas as casas uma biblioteca, verdadeiramente do ouro por dentro outro para o espírito, ouro para o coração, ouro para a saúde, ouro para a fortuna.

Teremos chegado quase au fim do caminho a atingiu.

Calmamente. Sinceramente. Só falta mais um passo - se faltar - para estarmos, todos, filosofando, porque vivemos no palácio da ventura, um palácio que será a antítese perfeita do de Antero, porque aqui haveria luz e haverá cor.

Não será isto estar de acordo com o autor do aviso prévio em discussão neste capitulo. Pois nos demais a nossa adesão, na generalidade, é igual.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Presidente: - Vou encenar a sessão

O debate continuará amanhã, à hora regimental, sobre a mesma ordem do dia.

Está encerrada a sessão.

Eram 18 horas e 40 minutos.

Srs. Deputados que entraram durante a sessão.

António Augusto Ferreira da Cruz

António Calapez Gomes Garcia

António Calheiros Lopes

António dos Santos Martins Lima

Armando Cândido de Medeiros

Armando José Perdigão

Augusto Duarte Henriques Simões

Francisco António da Silva

Francisco Cabral Moncada de Carvalho (Cazal Ribeiro).

Gonçalo Castel-Branco da Costa de Sousa Macedo Mesquitela.

Henrique Ernesto Serra dos Santos Tenreiro.

João Duarte de Oliveira

João Nuno Pimenta Serras e Silva Pereira

José Gonçalves de Araújo Novo

José Manuel da Costa

José de Maria Nunes Mexia

Júlio Alberto da Costa Evangelista

Luís Folhadela Carneiro de Oliveira

Manuel Henriques Nazaré

Manuel de Sousa Rosal Júnior

Sebastião Alves

Teófilo Lopes Frazão

Srs. Deputados que faltaram à sessão.

Agostinho Gabriel de Jesus Cardoso

Alberto Henriques de Araújo

Álvaro Santa Rita Vaz

Aníbal Rodrigues Dias Correia

António Júlio de Castro Fernandes

António Magro Borges do Araújo

António Maria Santos da Cunha

Custódia Lopes

Deodato Chaves de Magalhães Sousa

Fernando Afonso de Melo Geraldes

Filomeno da Silva Cartaxo

Francisco José Roseta Fino

José Henriques Mouta

José Pinheiro da Silva

José Rocha Calhoida.

José dos Santos Bessa

Leonardo Augusto Coimbra

Luciano Machado Soares

Manuel Amorim de Sousa Meneses

Manuel João Correia

Manuel Lopes de Almeida

Maria Ester Guerne Garcia de Lemos

Raul Satúrio Pires

Rui Manuel da Silva Viena

Simeão Pinto de Mesquita de Carvalho Magalhães

Requerimento enviado para a Mesa pelo Sr. Deputado Gonçalves Rapazote durante a sessão.

Nos termos do artigo 19.º, § 3.º, do Regimento da Assembleia Nacional, requeiro que, pela Junta de