ou seja, os direitos que a mesma e a Família têm sobre a formação dos filhos.

É que a Escola, Sr. Presidente, por vezes, longo de se colocar ao sei v iço das ideias que estão na base da nossa Constituição Política, devolve às famílias os seus jovens deformados como ainda há pouco dolorosamente, com a carne a sangrar, tive oportunidade de verificar na minha própria casa.

Os mestres na sua cátedra - seja ele qual foi o grau de ensino- devem servir a nossa ética tradicional, que é a do Regime e está definida na nossa- Constituição Política e o Regime, se disso não for sentinela vigilante está colaborando inconscientemente numa obra de autêntica traição e em ando a sua sepultura.

É oportuno recordar aqui o que escreveu na Revista de Legislação e Jurisprudência de que V. Exa., Sr Presidente é um dos mais ilustres redactores o também ilustre redactor da mesma revista Prof. Doutor João de Matos Antunes Varela.

Eu sempre entendi, por várias razões cujo desenvolvimento se não coaduna com a índole da revista, que nas prelecções feitas perante o público receptivo e impreparado dos alunos o professor devo concentrar especialmente a sua atenção sobre os problemas de interpretação da lei e de integração das lacunas do sistema e sobre as tarefas de elaboração científica dos materiais fornecidos pela legislação abstendo-se quanto possível de intervir em questões de outra ordem, incluindo as que entram abertamente no domínio da política legislativa. Estas interessam do modo particular aos políticos, à administração, às assembleias legislativas ou às comissões revisoras, nas quais os professores têm sempre um papel destacado a desempenhar - mas fora do público escolar, longe do ambiente específico da actividade docente.

Se outra foi a orientação seguida pela Escola, então ns alunos, as famílias deles e a própria Igreja têm uma palavra especial a proferir, porque nossa altura passam a ter perfeito cabimento quanto no ensino superior as considerações que o Deputado António Santos da Cunha em tempos desenvolveu na Assembleia Nacional sobre os problemas gerais da educação e que mereceram a plena concordância de um mestre ilustre da nossa Faculdade, o Prof. Guilherme Braga da Cruz.

A Família e a Igreja tem o direto, e a Escola não pode contrariar esse designo, de educar os seus filhos à sombra dos seus princípios, das suas crenças, sob pena de terem uma palavra a dizei, como doutamente o afirma o digno professor e actual Ministro da Justiça.

Folgo também - nem tudo são sombras - que S. Exa. o Sr. Ministro da Educação Nacional, na sua importantíssima comunicação ao País de 16 de Dezembro passado, tenha publicamente afirmado no projecto do novo estatuto da educação nacional reconhecei esse princípio básico e mas ainda que esse projectado estatuto, procure dai a relevância devida ao ensino particular, como então tive oportunidade de largamente defender, fundamentando-me não só nos princípios doutrinas que o aconselham, mas também no interesse nacional que o impõe.

Sr. Presidente: Não há dúvida de que, se na verdade todos estamos empenhados em assegurar um largo futuro a esta nação, temos de dar nas nossas preocupações prioridade aos problemas da saúde e aos problemas da educação, tão intimamente ligado.

Este principio foi mais uma vez consagrado por esta Assembleia na proposta de lei de autorização das receitas e despesas para 1967.

Assim, no capítulo «Política e investimentos» lê-se, no artigo 17.º.

Continuarão a ser intensificados os investimentos sociais e culturais, designadamente nos sectores da saúde, da investigação, do ensino, da formação profissional e dos estudos nucleares, para o que o Governo, dentro dos recursos disponíveis, inscreverá ou reforçará no orçamento para 1967 as dotações ordinárias ou extraordinárias correspondentes a investimentos previstos na parte não prioritária do Plano Intercalar e destinadas.

a) Ao combate a tuberculose, a promoção da saúde mental, à protecção materno-infantil e ao reequipamento dos hospitais.

c) Ao reapetrechamento de Universidades e escolas, e bem assim à constr ução e utensilagem dos estabelecimentos de ensino ou de outras instituições de carácter cultural.

d) A construção de lares e residências para estudantes, de harmonia com programas devidamente elaborados.

e) assistência social às populações escolares e ao acesso à cultura idas classes menos favorecidas.

o tudo numa crise do educadores.

Crise da Família que se demite da sua função, adoptando os princípios de autodeterminação para os jovens, pondo assim em xeque a autoridade e demitindo-se da sua função orientadora.

Pobre família portuguesa, para onde vais tu? Que caminhos tortuosos os que estás a tomar! Entregas os teus filhos a um, no mau cinema, às boítes nocturnas e à má leitura e depois queixaste deles!

Que saudades do lar onde fui criado, onde os mais sãos princípios eram ensinados e impostos aos seus membros, sem tibiezas ou transigências, como hoje é de uso, como hoje está na moda. Não creio que alguém mais do que eu tenha todo pais mais rigorosos na disciplina casca a, mas não posso acreditar ouçam os papás e as mamãs dos nossos dias - que outros fossem mais chorados, como hoje ainda o são quando perdidos.

Para que a situação se tome mais alarmante até a Igreja se deixou em alguns sectores perturbar pelos