acontecimentos dos últimos anos, valendo-lhe, qual âncora pesada a segurar a barca, a fortaleza de ânimo do pontífice reinante, constantemente apontando à mesma o rumo certo.

E a Escola Estará a Escola a corresponder ao que dela esperamos? Julgo que não A Escola não está nem pode corresponder à missão que lhe compete nas circunstâncias actuais.

Os quadros do magistério são insuficientes, mesmo ridículos para as necessidades crescentes, pois a busca de cultura é cada vez maior. O velho professor, agarrado à sua escola, fazendo da sua profissão um sacerdócio, vai desaparecendo Vive-se num regime de improvisação e consequente insuficiência. Os agentes de ensino são obrigados a procurar noutras actividades o sustento da sua família Isto avilta-os e, evidentemente, não lhes cria o ambiente necessário ao bom desempenho da função que deles, queremos, exigir.

Alguns descrentes da justiça a que legitimamente se sentem com direito, são aliciados por doutrinas destrutoras, e ao desinteresse do Estado pela sua situação correspondem muitos com o desinteresse pelos objectivos do mesmo.

Quando em 27 de Janeiro do ano passado aqui largamente tratei da situação dos professores do ensino técnico disse.

A situação do professorado do ensino técnico, na sua generalidade, não pode continuar a ser portadora da justiça a que me venho referindo. Nós não podemos exigir de homens que se sentem, não só ofendidos nos seus legítimos interesses económicos, mas anais do que isso, humilhados na sua categoria profissional e até nos seus títulos universitários, sabe Deus em muitos casos com que sacrifícios adquiridos, que se devotem como urge a uma missão verdadeiramente basilar para o País na hora que passa. Nem lhes podemos exigir devoção aos altos princípios que servimos, já que eles se sentem menosprezado à sombra dos mesmos. Isto assume, para mim, excepcional relevância, pois é um problema de carácter político Creio que é dever de todos nós contribuir para que a situação de desalento em que tão numerosa casse encontra seja devidamente resolvida, e quanto antes, pois essa resolução já é mais do que tardia.

O nosso Estado é uni Estado profundamente então e como tal tem de conside rar o homem como primeiro valor a ter em devida conta. Deixemos aos Estados anticristo de leste o desígnio de o esquecer.

a porta, pois não tinha criada. Homens de valor intelectual, inteiramente devotados no serviço da Nação, sem um mínimo de condições de vida que lhes permita um tranquilo labor. Homens sacrificados, dignos de admiração, numa situação que não se e compadece com delongas para ser resolvida.

Sr. Presidente: Apesar de tudo, eu creio na generosidade da gente nova. Aprecio até a sinceridade do seu porte.

Como disse, creio que a crise é essencialmente uma crise de educadores e que, resolvida esta, tudo será sanado.

A mocidade tom a alma aberta a novos, ideais, o que se torna necessário é que nus, os mais velhos, procuremos enchê-la dos mais nobres sentimentos.

Precisamos de lhe entregar um ideal. Essa obra é nossa, e não dela. Pelo exemplo e pela palavra debrucemo-nos sobre a juventude e comecemos por acreditar nela. O conflito de gerações foi de sempre. Tenho na minha estante um pequeno livro editado em 1890 que já fala «de uma juventude sem norte e sem moral», e isto quando as nossas avós usavam saia pelo tornozelo.

Sr. Presidente: Terminarei com uma palavra de optimismo. Vede, senhores, como a mocidade cumpre o seu dever em terras do ultramar e como ela de lá regressa mais consciente dos seus deveres para com a Pátria. Vede como ela crê na missão histórica que o destino lhe reservou, de defender para a cristandade as nossas terras de África!

Sem dúvida que parte com sacrifício, mas não foge dele, e sabemos que é no sacrifício que as almas se temperam.

Não foge ao cumprimento do seu dever a nossa juventude, acreditemos nela. Na mocidade heróica que em Xitol e Madina de Boé vive conscientemente e bem determinada a dar a vida para que a nossa província da Guiné continue a ser portuguesa.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

Sr. Augusto Simões: - Sr. Presidente e Srs. Deputados: Começo por felicitar o Sr. Deputado Braamcamp Sobral pela elevação com que estruturou o seu importante aviso prévio sobre a educação da juventude e também pelo brilho do desenvolvimento dos sumários da problemática que entendeu dever encarar.

Felicito igualmente os Srs. Deputados que me antecederam nesta tribuna pelos seus valiosos depoimentos que bem demonstram flagrante actualidade de tudo quanto concerne ao âmbito do aviso prévio de que nos ocupamos.

Sr. Presidente. Tenho ouvido com muito interesse as afirmações aqui feitas, às quais concedo a minha melhor concordância.

Parece-me, contudo que se tem deixado sem a merecida consideração, no acervo das muitas premissas postas, a decisiva influência que as actividades gimno-desportivas e o próprio desporto exercem TM comi mente educação da nossa juventude.

Sem intenção de preencher completamente a suposta lacuna - que me não consente o engenho e a arte - proponho-me todavia, fazer algumas breves considerações sobre este aliciante tema, que desejaria servissem ao menos, para concitar para ele o interesse daqueles a quem pertence equacioná-lo convenientemente.

Sr. Presidente: Confrange que, tantas décadas volvidas da vida nacional ainda se não tenha chegado superiormente a uma ajustada consciencialização da poderosa