Vozes: - Muito bem, muito bem!

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Forja de almas e de caracteres, a casa dos país é a grande escola dos filhos, no sábio entendimento do povo. Mas para que saia da Família o mínimo de educação de que carecem as juventudes, torna-se necessário que os pais conheçam e pratiquem os fundamentos da educação que devem ministrar.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O Orador: - Quem não tem diz ainda o peno não pode dar, e, por isso, como muito bem afirmou aqui o Sr. Deputado Nunes Barata, haverá que preparar convenientemente aqueles que vão constitui! família em ordem a mentalizá-los para as grandes tarefas que os esperam.

Vem a propósito referir, Sr. Presidente, que no distrito de Coimbra e graças à abnegada, determinação do Sr. Governador Civil, foi criado e está em efectiva e prestante execução uma obra de transcendente significado social o Plano de ajuda rural, que criou centros em muitas localidades concelhias onde, com a colaboração do Instituto de Assistência à Família e da Escola de Educadores Rurais, as assistentes sociais ministram às jovens das localidades os conhecimentos básicos da vida familiar, segundo os mandamentos da maior dignidade.

São instituições do maior valor social, que já contam no seu activo os mais, assinalados serviços a causa da educação das famílias locais cuja transcendente utilidade se está a afirmar dia a dia.

De desejar que por toda a nossa vasta ruralidade se espalhem instituições deste género pois através delas se alcançará uma promoção social do maior interesse e validade.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Mas, como é bem sabido, nem tudo o que concerne à educação da juventude pode ser executado no meio familiar.

Na douta opinião do Sr. Prof. Doutor Leite Pinto, expressa na sua magnifica conferência proferida no ciclo de notáveis conferências com que se entendeu celebrar o passado e construir o futuro «a educação - afirmou o ilustre professor qualquer educação, é um processo complexo que tem por bem assegurar a qualquer indivíduo o desenvolvimento da sua personalidade e habilitá-lo a integrar-se numa sociedade, de tal maneira que sempre a sirva».

Educar é portanto, desenvolver um processo complexo para tornar bons cidadãos.

Vozes: - Muito bem!

a Orador: - A complexidade deste processo aponta desde logo para a satisfação de necessidades colectivas de primeira intensidade às quais se devem adstringir, como às outras grandes necessidades colectivas os grandes recursos nacionais.

Dessas grandes necessidades se têm destacado as relativas à instrução. Instituir para educar foi o princípio a que obedeceram as primeiras reformas do ensino, e que a todas tem dominado.

Não vou criticar qualquer dessas reformas, quero limitar-me a destacar que, em todas elas, como já deixo dito, se nota a preocupação de fomentar a educação das gerações a que se tem destinado ministrando-lhes doses sempre crescentes de ciência, como se tais gerações houvessem de viver apenas do cérebro esclarecido, mas isoladas das exigências do natural desenvolvimento do corpo.

Tem-se desprezado ostensivamente, pelo menos nos primeiros escalões do ensino, a prática da educação física e das actividades gimno-desportivas. O facto tem diferentes implicações, consoante os ambientes que se considerem

centros urbanos, a existência de meios que completam - ou podem completai - a educação que a Escola concede, a falta das actividades gimno-desportivas tem glandes possibilidades de sei suprida pelas organizações dedicadas ao desporto.

Nos domínios do mundo rural, porém, a inexistência de tais instituições tem as mais graves consequências. Conduz a uma falta normalmente irremediável.

Todavia não se tem encarado por tais ângulos entre nós os grandes problemas da educação física da juventude, concedendo-lhes o lugar que de direito lhes pertencem como num seguro da sua valorização.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Ao abrigo de grandiosos planos ainda em franco desenvolvimento, construíram-se largas centenas de escolas primárias, por forma a cobrir todo o território com os elementos indispensáveis à luta contra o analfabetismo havido muito justamente como um mal e uma vergonha de que felizmente já nos livrámos. Tem-se procurado servir o ensino secundário com os estabelecimentos suficientes, todavia só se pensou nas actividades gimno-desportivas da nossa juventude e no despeito no último grau de ensino, ou seja no escalão universitário, para o que se construíram três magníficos estádios na órbita das nossas Universidades.

É certo que os liceus e escolas técnicas têm os seus ginásios e piscinas mas estas instalações ou não estão aproveitadas convenientemente ou como sucede com