a descobrir a resposta do Evangelho a decidir uma actuação e a compromete se na acção.

O realce que estou dando a estes movimentos não é apenas ditado por mero sentimento de saudade e simpatia, é também de profundo reconhecimento pelo bem que recebi - eu e muitos rapazes da minha geração.

Não desejava concluir estas minhas considerações sem dai uma ideia VV Ex.ª de alguns anseios dos jovens rurais face aos problemas da foi mação e educação do seu meio.

Os problemas dos jovens especialmente dos jovens mais põem-se hoje num plano internacional por causa da interdependência, cada vez maior dos países e também da unificação do mundo pelas técnicas. Seria interessante poder situar a evolução dos jovens rurais, de Portugal na evolução conjunta do continente europeu e poder comparar, entre regiões mas ou menos industrializadas para anotar as linhas de evolução, as perspectivas do futuro e a confrangedora modéstia da nossa posição em confronto com outros países do Velh o Continente.

Há pouco tempo, por exemplo, foi-me dado ouvir de viva voz, jovens do meio rural provenientes de vastas regiões do País e oriundos de várias camadas sociais cujos depoimentos constituíram autêntica revelação. E a Igreja lá estava presente no seu papel de mão a ajudar, a encaminhar os jovens a realizar a sua juventude, numa atitude de abertura atenção e escuta e de diálogo e respeito. No grande «deserto espiritual» que é o Sul por carência de clero e sobretudo por dificuldades em penetrai no meio, este movimento de juventude não consegue vencer o vácuo provocado pelo demo-liberalismo maçónico que, em épocas passadas, variou a «charneca» e culminou com a saída das ordens religiosas.

Seja como for, qual fermento levedando, a boa massa, existem núcleos numerosos que aglutinam muitas jovens do meio rural onde palpitam corações aquecidos por um ideal.

Os jovens miais têm consciência que ficaram demasiado tempo à margem do progresso técnico dos divertimentos, do convívio social em uma, da civilização que se fixara nas cidades.

Entram nela a fundo pela escolaridade, ávidos de conhecimentos desejosos de progresso, de formação e intercâmbio. Não delegam nos adultos, desejam assumir as suas responsabilidades de jovens cristãos perante o mundo de hoje. Porque mais jovens e vivendo ao ritmo do mundo moderno, são eles que podem descobrir e pôr a render os valores actuais ao serviço de Deus e da Pátria.

Na minha qual dado de chefe de família que procura estar atento as realidades considero a matéria contida neste aviso prévio da maior oportunidade. Assim confio na reforma da família, na reforma da escola e sobretudo na juventude.

Que ela adira às medidas de correcção e actualização que é necessário levar efeito, que compreenda a nossa experiência, que aceita os nosso conselhos que não seja rebelde à autoridade que domine os ímpetos resultantes da falta de refluxos, que cultive os seus sentimentos mais nobres, que seja forte de corpo e alma enfim que trabalhe, estude e medita na certeza de que deve projectar Portugal para além dos tempos.

Chegado ao termo da minha intervenção, desejava vincar o meu inteno apoio às premissas contidas no aviso prévio da autoria do ilustre colega Braamcamp Sobral

Considero que o problema da educação deve ser prioritário em relação a outros problemas considero o quase tão importante como o da defesa das nossas fronteiras de além-mar. Da maneira como o soubermos encarar, assim se forjará o futuro da Nação Portuguesa.

Ao finalizar permito-me lei um pequeno trecho, extraído do prefácio do vol. III pp. 89 e 90, dos Discursos, da autoria de S. Ex.ª o Presidente do Conselho.

Sou solicitado para dirigir duas palavras à Mocidade Portuguesa e, levando à letra o pedido, direi entre muitas, coisas possíveis as duas que, embora em aparente contraste com a beleza deste espectáculo e o sincero entusiasmo geral, traduzem a necessidade de progresso e a ânsia de perfeição mais e melhor.

Sr. Presidente Srs. Deputados. A juventude no campo da educação merece mais e melhor.

Vozes: -Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado

O Sr. Presidente: - Vou encerrai a sessão.

O debate continuará amanhã, à hora regimental, sobre a mesma ordem do dia.

Está encenada a sessão.

Eram 19 horas e 30 minutos.

Srs Deputados que entraram durante a sessão

Agostinho Gabriel de Jesus Cardoso

Albano Carlos Pereira Dias de Magalhães

Aníbal Rodrigues Dias Correia

António Augusto Feri eira da Cruz

António Calheiros Lopes

Armando Cândido de Medeiros

Armando José Perdigão

4rtur Alves Moreira

Duarte Pinto de Carvalho Freitas do Amaral

Francisco António da Silva

Francisco Elmano Martinez da Cruz Alves

Gonçalo Castel-Branco da Costa de Sousa Macedo Mes quitela

Henrique Ernesto Serra dos Santos Tenreiro

João Nuno Pimenta Serras e Silva Pereira

Joaquim José Nunes de Oliveira

José Coelho Jordão

José Dias de Araújo Correia

José Gonçalves de Araújo Novo

José Guilherme Rato de Melo e Castro

Júlio Alberto da Costa Evangelista

Luís Folhadela Carneiro de Oliveira

Manuel Henriques Nazaré

Manuel Nunes Fernandes

D Mana de Lourdes Filomena Figueiredo de Albuquerque

Mário Amaro Salgueiro dos Santos Galo

Sebastião Alves

Simeão Pinto de Mesquita Carvalho Magalhães