a guerra económica que nos é imposta exige cooperação técnica intensa a entre as províncias e a metrópole e, com ela, o recurso a uma crescente mobilização civil.

O Sr Neto de Miranda: -Muito bem!

sociedade que os viu nascer. Amanhã é preciso um homem capaz, independente, para gerir o Município ou a Misericórdia. O homem não aparece, recorre-se a soluções de ocasião.

O Sr Francisco António da Silva: - Muito bem. É assim mesmo.

O Orador: - Mas a câmara não tem receitas, os dirigentes não aparecem e as obras não se fazem, as infra-estruturas não se criam. As iniciativas industriais fogem para longe. E o meio, já de si pobre, fica mais pobre. Ao dar a última enxadada na sua terra o jovem enterra a esperança que ainda restava. E parte para a cidade onde está a fábrica ou o escritório em que há muito trabalha o filho-família que brincou com ele em criança.

O Sr António Santos da Cunha: -Muito bem!

O Orador: - Na terra conformados, indiferentes, ficam os velhos, as mulheres que aguardam, e os crianças que ainda não chegaram à idade de participar no êxodo.

Assim se despovoa a metade interior do País na fuga para o Ocidente, para a faixa costeira polvilhada de industrias.

E o mecanismo da crise da vida local continua a rodar no circuito fechado do subdesenvolvimento.

Agricultura estagnante o ausência de indústria, fuga das elites e êxodo rural, insuficiência de receitas municipais paralisia da administração autárquica, ausência de infra-estruturas básicas do desenvolvimento, repulsa das iniciativas industriais, maior decadência da agricultura, etc.

Causa motora um desequilíbrio económico. Na base um problema de juventude.

Porque será através de uma juventude tecnicamente evoluída que o circulo do atraso um dia será cortado cerce.

Para quando veremos a nossa mocidade voltar aos campos desertos como Israel regressou nos nossos dias para fazer (...) o deserto bíblico?

O Sr António Santos da Cunha: -Muito bem!

O Orador: - Também aqui a resposta compete a uma política de juventude.

A juventude e a revolução - Em 1960 verificámos que o grupo dos indivíduos de menos de 34 anos atingia 5 355 030, correspondendo a 60,2 por cento da população total.

Quer dizer nesse ano, três em cada cinco portugueses residentes no território europeu haviam nascido já depois da Revolução Nacional, formando-se sob a influencia dos quadros institucionais a que o Regime imprimira, a sua directriz orientadora.

O passado das revoluções permanentes nas ruas, que apeou o rei, baniu a Igreja e levou o País à bancarrota, é para a maioria um dado histórico, assunto de leitura ou estudo, não de vivência.

Para os portugueses nascidos na ordem instaurada pelo Regime a experiência que verdadeiramente conta é a do próprio Regime. A partir dela do seu Estado forte, dotado de autoridade e eficiência, se devera construir o futuro mais justo, mais harmónico, mais dinâmico, no seu erguer da obra em acção no espaço português.

Dos primeiros tempos do Regime retemos, porém, uma mensagem de mocidade.

Salazar inicia no Governo a sua obra de restauração financeira com 39 anos.

E V. Exª., Sr Presidente aos 38 anos não foi também Ministro da Justiça e dos Cultos numa preparação para o que havia de ser a mais equilibrada concordata dos tempos modernos?

Duarte Pacheco com pouco mais de 30 é Ministro e aos 34 sobraça a pasta das Obras Públicas, em que viria a celebrizar-se.

Teotónio Pereira, subsecretário de Estado das Corporações e Previdência Social aos 30, três anos depois, é Ministro do Comércio.

Armindo Monteiro e Sebastião Ramires entram aos 34 e 33 anos, respectivamente para o primeiro Ministério presidido por Salazar, com Manuel Rodrigues que foi Ministro da Justiça aos 37 anos.

Marcelo Caetano com menos de 30 anos, elabora o actual Código Administrativo.

Veiga de Macedo arranca para a Campanha Nacional de Educação de Adultos, que havia de dar o golpe mortal no analfabetismo, depois de entrar para o Governo aos 35 anos e vem a ser rendido por Baltasar Rebelo de Sousa, outro subsecretário da mesma idade, que levaria a seu termo a segunda fase do Plano de Educação Popular.

O capitão Santos Costa é Subsecretário da Guerra com 30 anos, e à organização do Exército (...) consagrar a sua vida e capacidade realizadora.

Com menos de 40 anos entram no Governo Antunes Varela, que trouxe à ratificação desta Câmara o Código Civil do século, e Correia de Oliveira, que propôs , integração económica do espaço português.

E tantos outros cujos méritos consumados foram postos a prova e ao serviço do Nação desde a juventude e cujos nomes não cito até paia não f em a modéstia de outros ilustres Deputados aqui presentes.

Mas o que impressiona é sentir-se ligado a cada arrancada para o ataque a um problema nacional que se equacionou ou resolveu um nome que nos fala de mocidade.

O Regime apoiou assim grande parte da sua obra na energia lúcida de homens novos, sem compromisso com o passado de divisão nacional, e que nos seus quadros iniciaram uma experiência política.

Na verdade, o 28 de Maio não foi só a substituição de um Governo por outro igualmente destinado a soçobrai a breve prazo. A partir do momento em que seleccionou