contributo para o prestígio nacional no campo do desporto, o que não representará a honra de envergar a farda das nossas gloriosas forças armadas e, muito longe, sem o tratamento nem as comodidades dos bons hotéis de Liverpool ou de Londres, «jogar» a todo o momento a sua sorte, a sua vida e, muitas vezes, se ela é preservada ficar para todo o sempre sem possibilidades de a viver como os demais?

Emboscadas, minas, balas traiçoeiras e golpes covardes de catana quantas, vidas ceifam, quantos jovens inutilizam para aquilo que seria, ou mesmo era, a sua profissão, tal como o futebol era para o Vicente Lucas!

Sr. Presidente: Não percamos o sentido das proporções nem das realidades, não exageremos, embora procurando ser humanos e justos. Sem esquecer os outros, comecemos por aqueles que mais merecem e mais precisam.

A Pátria carece do todos os seus filhos! A guerra tudo exige da nossa juventude A Nação não discute, aceita e agradece o seu generoso sacrifício, mas o que virtudes. Graças a Deus, mais uma vez se demonstrou, pois foi através do desporto que Vicente Lucas, o futebolista infeliz, viu o seu futuro assegurado.

Assim, que tudo se faça para que, com carácter nacional, todos possam contribuir, através do desporto, para minorar o sofrimento de muitos jovens que, com muito mais razões, são credores da nossa profunda gratidão.

O Sr. Augusto Simões: - Muito bem!

O Orador: - O seu valor assim o justifica ou, pelo menos, impõe que seja recordado.

Rendo às forças armadas, mas sobretudo àquelas que se batem no ultramar com os olhos postos no altar da Pátria, a mais sentida, a mais vibrante, a mais sincera e justa homenagem

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Estamos em guerra, a vida não pára, é certo, mas também não param nem os sacrifícios nem os exemplos de heroísmo daqueles que além-mar garantem as nossas fronteiras e, talvez mesmo, a nossa própria sobrevivência como nação Livre.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Prestemo-lhes, em tudo, a justiça que merecem!

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Horácio Silva: - Sr. Presidente: Não posso deixar de assinalar desta tribuna da representação nacional o acontecimento de há um mês ocorrido na madrugada do Natal último num torrão do nosso território o traiçoeiro ataque terrorista lançado do Congo ex-belga contra a nossa fronteiriça Vila Teixeira de Sousa. Ataque bravamente, vitoriosamente, repelido pelo pequeno núcleo das nossas tropas ali aquarteladas, com o auxílio e o apoio da Polícia de Segurança Pública, da Polícia Internacional, da Organização da Defesa Civil e da serena coragem, acção decidida e notável firmeza de toda a população, firmeza e coragem de que fizeram prova as próprias mulheres.

Militares e civis foram bem dignos da sua e nossa pátria. Deram um nobre exemplo de patriotismo, de acendrado patriotismo, e deram-no com a simplicidade, a heróica simplicidade daqueles para quem a defesa da Pátria, mesmo quando exija a dádiva da própria vida, não depende de condicionalismos geográficos ou numéricos. P não fosse, e é por este facto que se pode e deve medir o alto serviço prestado à Nação pelo reduzido núcleo de portugueses de Vila Teixeira de Sousa, militares e civis.

Vozes: - Muito bem!

O Orador: - Bem o sentiu aquela nossa província quando pediu a elevação a cidade da nobre vila da fronteira leste e quando sugeriu para a sua bandeira a Torre e Espada. E de qualquer modo sei que interpreto os portugueses de Angola inteira ao erguer na Assembleia Nacional a minha voz para prestar as homenagens devidas às forças armadas, às restantes corporações paramilitares e aos civis daquela vila longínqua - aos bravos de Vila Teixeira de Sousa.

Vozes: - Muito bem, muito bem!

O orador foi muito cumprimentado.

O Sr. Melo Giraldes: - Sr. Presidente, Srs. Deputados: Ao dar posse, no dia 21 passado, a dirigentes da organização da previdência, S. Exa. o Ministro das Cor- porações proferiu, entre outras, as seguintes palavras:

Considerando-se, praticamente, coberta pela previdência toda a população activa dos sectores que lhe estão confiados (comércio, indústria e serviços), chegou a altura de ponderar a possibilidade de alargamento