dobro do de 1957. O acréscimo total foi de 3 498 000 contos, e destes 2 536 000 contos pertenceram ao período de 1961-1965.

As contas são as que seguem:

Há profunda divergência entre os dois períodos de 1957-1961 e 1961-1965 que em valores absolutos do produto interno se exprimem por uma diferença para mais de 9 569 000 contos.

Ainda se torna mais saliente esta anomalia quando se comparam as cifras respeitantes às indústrias transformadoras:

No período de 1957-1963 o aumento do produto interno por indústrias transformadoras foi de 2 421 000 contos (comparar com 3 498 000 contos no produto total). Este aumento decompõe-se pelos dois períodos do modo seguinte:

As cifras confirmam a influência das indústrias transformadoras no crescimento - 2 421 000 contos no total de 3 498 000 no período de 1957-1963 sendo 78,1 por cento no período de 1961-1963, ou 1 889 000 contos.

Por outro lado, nota-se que o produto das indústrias transformadoras representava 26,6 por cento, 29,8 por cento e 34 por cento, respectivamente, com 1957, 1961 e 1965, Estas cifras mostram o grande peso destas indústrias no produto total e o seu rápido desenvolvimento.

Não parece haver dúvidas sobre a influência directa e indirecta dos gastos de guerra na evolução do produto nacional e, em especial, o seu efeito nas indústrias transformadoras.

Tudo leva, pois, a crer que os financiamentos de guerra também concorrem para a melhoria do produto nacional e que não foram sem proveito económico os gastos de elevadas somas no custeio de operações em África. Aliás, este é um fenómeno conhecido, e parece até haver países com pletora de instrumentos de produção que suscitam, sugerem ou até provocam guerras com o objectivo de realçar as suas combalidas ou ambiciosas economias.

Não é este o caso nacional, nem poderia ser o de um país com insuficiências e atrasos nos instrumentos de produção e vasto campo para emprego de investimentos, agora parcialmente dissipados em operações militares ou em iniciativas e empresas de pequena reprodutividade. O produto nacional está aquém das exigências nacionais. O seu baixo quantitativo, em valor absoluto, condiciona a própria orientação política e influi no mercado do trabalho e nos consumos. Este assunto, já largamente debatido neste lugar, parece começar a ter eco na mentalidade colectiva, da qual depende em grande parte a sua resolução.

A taxa de aumento do produto não pode ser aferida pela de outros países de muito maiores consumos específicos. A taxa é relativa e a cifra que a exprime tem relações com os consumos, ou, por outras palavras, com a sua capitação. Se os consumos estão saturados, ou próximo de saturação, os investimentos encontram obstáculo a sua força expansiva. A evolução das taxas de crescimento não pode ser, por esta razão, comparada à de países em que os consumos estão em nível remoto da saturação. Deste simples facto deriva a luta moderna (e antiga) pela conquista de mercados que absorvam as mercadorias provindas de alta capacidade produtiva, além do consumos nacionais.

Mas uma tentativa para rápido crescimento do produto, sem adequadas medidas no sentido de coordenar as diversas actividades que o formam, traz irremediáveis perniciosos efeitos à economia, porque, gerando a inflação indirectamente semeia o desânimo, altera o equilíbrio monetário por atrasar o próprio crescimento.

No ano de 1965 processou-se um período anormal de abundância de meios monetários, que aumentou muito os meios de pagamento oferecidos ao público e se prolongou pelo ano seguinte em ternos considerados perigosos.

A simples verificação deste facto mostra a complexidade dos fenómenos económicos e também a ausência memória dos povos.

Na análise às contas do período de 1940-1947 encontram-se recomendações sobre este problema nacional quando a procura de alguns produtos nacionais (o estanho, o volfrâmio e outros) trouxe ao País avultadas disponibilidades de cambrais que segundo a opinião então emitida, deveriam Ter sido recolhidos imobilizados ou neutralizados, empregando as tradicionais fórmulas nesta matéria, a fim de evitar a inflação.

A influência de disponibilidades provenientes daquela origem, ou, no caso actual, da emigração e do turismo e de outras, pode ser altamente benéfica. Basta que elas se canalizem racionalmente para fins reprodutivos, convenientemente estudados, que aumentem os bens de consumo ou de produção indispensáveis no mais curto espaço de tempo possível.

Esta afirmação é vaga e pode ser apodada de dogmática.

Num país de liberdade económica pelo menos em teoria, os investimentos são livremente aplicados pelos seus detentores. Mas em toda a parte se reconheceu que a liberdade plena na aplicação dos investimentos disponíveis gerava, e gera, abusos e conduzia, e conduz, a desperdícios .

Foi esta verificação que também influiu na ideia dos chamados planos ou programas de investimentos económicos