de aldeias típicas, de arquitectura regional, com todos os confortos modernos, e a venda das casas a famílias do Norte da Europa, desejosos de passar as férias em sua própria casa, nos países do Sul.

A compra de habitações trará um suplemento de cambiais e trabalho e a vinda periódica dos proprietários auxiliaria a balança de pagamentos.

Haveria turismo rico durante todo o ano. Quanto à origem dos turistas, há pequenas alterações no tempo que decorreu desde 1956.

O maior contingente de dormidas em 1965 ainda é o do Reino Unido, com 24 por cento. O panorama é dado pelos números seguintes nos anos extremos.

No período de 1956-1965 houve, na verdade, progresso sensível na corrente turística, que não é espectacular. O aumento do número de dormidas não triplicou e a origem dos visitantes estrangeiros dada pelas percentagens acentuou-se nos de origem alemã e dos Estados Unidos.

Em todo o caso, houve progresso sensual, que conviria manter, em especial nos turistas provenientes de outros países, com relativa afluência da ordem do 268 400 dormidas, mas decaindo em percentagem relativamente a 1956 (menos 4,8 por cento).

O Instituto Nacional de Estatística fez um estudo dos gastos dos turistas baseado na balança de pagamentos e parece que chegou a resultados que dão melhoria na qualidade do turismo (qualidade relativamente a gastos diários por turista).

No primeiro caso, para a despesa total de 4 479 000 muitos em 1965 a despesa diária seria da ordem dos 1653$50 e de 2976$ por estada. Idênticas cifras em 1956 seriam, respectivamente, de 626$ e 2549$50.

As cifras são naturalmente aproximadas. Talvez se possa dizer que merecem mais confiança as de 1965. De qualquer modo parecem indicar melhoria sensível.

Um outro aspecto revelado pelas cifras da balança de pagamentos da metrópole com o estrangeiro, que se obtém pela diferença entre o crédito (4721 contos em 1965) e o saldo na balança de pagamentos (2 344 000 contos), ou 2 377 000 contos. É muito para as possibilidades nacionais. Talvez se pudesse reduzir indirectamente este enorme contributo ao estrangeiro. Convém assinalar que o número de dormidas de turistas residentes no estrangeiro em parques de turismo se elevou em 1965 a 321 000, com predominância de franceses e que o número dos residentes em Portugal se elevou a 433 000. Esta questão do turismo é vital, no piesente momento, para a economia nacional. O movimento enorme de pessoas que no frenesim da época actual se deslocam atingiu cifras descomunais. E as receitas de certos países ultrapassaram em 1965 todas as expectativas.

Foi o maná que salvou a vida financeira e económica de tremendas dificuldades. Em Itália, com cerca de 38 milhões de contos, e em Espanha, com 35 milhões, o turismo é hoje a maior importação de cambiam. O progresso de, respectivamente, 24 e 26 por cento em relação ao ano anterior revela o interesse internacional destes países nesta matéria. As cifras portuguesas estão longe das daqueles países, como nunca as poderão atingir. Mas a cifra de 1965 (um pouco inferior a 5 milhões de contos) é já um progresso e um alívio na economia nacional.

Na Alemanha, no estrangulamento do Reno em Coblença, o tráfego do turismo torna difícil a navegação em certas épocas do ano, por motivo de cruzeiros que variam de poucas horas a muitos dias. Em menos de 30 anos esse tráfego atingiu 128 000 barcos.

O Tejo poderia ser uma admirável via de turismo, com os seus castelos e monumentos e uma sucessão de lagos que levariam barcos até Alcântara, ou até Talavera de Ia Reina, segundo o esquema de barragens em construção em Espanha. Com o incremento turístico neste país e a saturação já visível nas zonas até agora preferidas, haverá necessidade de abrir novas áreas, novos motivos, que poderiam ser combinados com as possibilidades nacionais através da via fluvial do Tejo e a série de lagos em projecto - em Almourol, Belver, Fratel, Tejo internacional -, combinados com o Castelo do Bode, Bouça, Cabril, Bogas e Alvito.

Um plano de estradas que englobasse comunicações rápidas com Lisboa, em ligação com o Algarve, com directrizes próximas desta admirável via fluvial, seria o complemento de possibilidades, turísticas de grande relevo. Este Instituto continua a lutar com falta de verba e dificuldades de pessoal. A despesa de 1965 foi idêntica à de 1964 - apenas mais 30 contos, como se verifica nos números que seguem:

As funções do Instituto são altamente rendosas. Os números que fornecem dentro das possibilidades de pessoal e das deficiências de dados que muita gente ainda teima em omitir permitem a avaliação da estrutura económica nacional. Se fosse possível alargar o seu âmbito, e por insistente propaganda e outros meios adequados unificar pedidos de elementos actualmente ainda dispersos por muitos organismos, a estatística melhoraria consideràvelmente. Mas há neste país a tendência para dispersar e tornar difícil a vida do particular, que muitas vezes se vê assediado pela requisição de elementos com origem em diversos organismos. A concentração da estatística é mais eficaz e mais económica