Em 1965 houve uma quebra na despega total da ordem dos 283 000 contos e assim o número-índice que havia atingido 671 em 1964, recuou para 581 em 1965.
Deve dizer-se que este recuo proveio todo das despesas extraordinárias e nestes o menor dispêndio teve origem na ponte de Lisboa. Adiante se verificarão as causas de menores despesas extraordinárias e se estudarão os aumentos nas ordinárias.
Deseja-se ainda este ano dar relevo a um aspecto das contas relacionado com este e outros Ministérios. As despesas extraordinárias, como se indicará no respectivo capítulo, são financiadas em grande parte por excessos de receitas ordinárias sobre idênticas despesas, empréstimos, e outras receitas que provêm de reembolsos de antigos empréstimos ou adiantamentos, saldos do anos económicos findos, amoedação e outras. Mas as duas grandes parcelas são os excessos de receitas e os empréstimos. Ora as primeiras destinam-se quase integralmente ao pagamento das forças expedicionárias em África, e ainda em alguns anos não foram suficientes, dado o grande volume dessas despesas. Este facto significa que a obra realizada por este Ministério é, em grande parte, financiada, no que se refere a despesas extraordinárias, por empréstimos, internos e externos. Uma fonte, um caminho, qualquer outro melhoramento, às vezes até de pouco relevo, é financiado por empréstimos. Daí resulta que o volume da divida interna e externa tende para aumento.
Deve haver por este motivo todo o cuidado no gasto de verbas e cautelosa escolha nas obras. Como a balança do comércio se agravou muito em 1965, o problema torna-se mais sério.
Os investimentos terão de procurar utilizações altamente reprodutivas.
Antes da guerra não acontecia assim. Em 1938, por exemplo, ainda havia uma diferença a favor das ordinárias de cerca de 13 640 contos. Mas desde o fim da guerra as despesas extraordinárias intensificara-se, a ponto de nos três, últimos anos atingirem muito mais do dobro das ordinárias.
A evolução de umas e outras consta do quadro seguinte:
O quadro mostra a subida do índice das despesas ordinárias, que atingiu 306 em 1965. Em comparação com o desenvolvimento da despesa em outros Ministérios, o progresso no das Obras Publicas e [...]. As funções que desempenha e as necessidades de pessoal altamente especializado, que encontra hoje fácil e melhor remunerada colocação nas actividades particulares, dão um aspecto sério aos números-índices nunca calculados.
No caso das despesas extraordinárias o aumento no índice afrouxou em 1965, mas ainda assim atinge um nível alto.
Esquematizando as despesas, encontram-se os números que seguem: