Não há alterações sensíveis em relação a 1964, leve diminuição no pagamento de serviços e diversos encargos, mais acentuada em material e pessoal.
O decréscimo foi de 1391 contos.
- se não ser lógico nem útil manter a dotação na cifra que todos os anos a Conta apresenta.
A obra nos rios e na costa está muito atrasada. E os clamores neste aspecto fazem-se sentir, até na Assembleia.
Com menos de 18 000 contos distribuídos por obras, semoventes, estudos, tanto para novas aquisições como para conservação, a aplicar em todo o País, pouco se pode fazer.
A própria distribuição das dotações, que vem a seguir, dá ideia da sua pouquidão.
Contos
Despesas de conservação e aproveitamento
De imóveis 3 805
De semoventes 3 148
De móveis 51
7 004
A verba que mais surpreende é a das obras marítimas e fluviais, à roda de 7834 contos, quase idêntica à de anos anteriores.
Despesas extraordinárias
Na hidráulica agrícola gastaram-se por estas despesas menos 37 723 contos, e também menos 12 708 contos nos portos.
Mas a primeira diminuição interessa mais do que a segunda.
Contos
Viana do Castelo -
Faro-Olhão 5 986
Sesimbra -
Setúbal 2 642
Lagos 2 000
Figueira da Foz 11 578
Equipamentos e diagagens
Estudos e ensaios 2 748
Total 41 606
Seria interessante fazer um apanhado das quantias gastas em portos desde que há mais de 30 anos se lançou o primeiro empréstimo para este fim. Se fossem compulsados os pareceres desde o início da sua publicação onde, em geral, vêm mencionadas as dotações gastas no respectivo ano, e feita a actualização das verbas que se aplicaram em diversas épocas com valores de moeda diferente, ter-se-ia uma ideia do custo de cada porto. E haveria grandes surpresas. Monotonamente se repetem as dotações no mesmo porto, ano após ano, sem que pareçam acabar as obras. Póvoa de Varzim é um caso típico, mas há ainda outros. Dificuldades no planeamento? Insuficiência de estudos? Deve notar-se que as obras portuárias são caras, por natureza, e que os dinheiros gastos provêm quase sempre de empréstimos.
Deste modo, erros no planeamento repercutem-se nos encargos da dívida.