Os números publicados todos os anos mostram progresso lento em novas construções e certo interesse na conversão de traçados antiquados, na parte que toca a pavimentos, alargamento dos faixas de rodagem e a curvas.
Um dos males apontados tem sido a construção de obras do grande dispêndio por força de verbas adstritas à rede rodoviária. Deste facto resultaram atrasos, e assim há vias do plano de estradas de 1889 que ainda não estão concluídas não obstante a sua grande necessidade.
Lembra-se, por exemplo, a estrada nacional n.º 241.
Por se não terem construído pouco mais de uma ou duas dezenas de quilómetros não se encontram convenientemente ligadas duas províncias através de uma ponte, a do Tejo entre o Alto Alentejo e a Beira Baixa. Os prejuízos que derivam paia o País desta descoordenação, que, neste caso, feio a economia florestal de uma das zonas de mais densa arborização, reduzem a capacidade do consumo de larga população incitam ao êxodo e influenciam a balança de pagamentos, por não sei em convenientemente valorizados os produtos por transformação industrial.
Um plano de estradas tem do servir a economia. As medidas tornadas pelos diversos Ministérios no sentido de a valorizar precisam de ser coordenadas. Um centro industrial sem comunicações adequadas é um ponto morto no corpo económico do País.
O caso da estrada nacional n.º 241, à espera de resolução, mereceu o interesse da Junta Autónoma há cerca de 35 anos. Depois tudo mereceu, e os anos passaram, e lá se encontra ainda a espera de melhor entendimento dos problemas económicos regionais o troço que finalmente ligará as parcelas construídas de um e outro lado há muitas dezenas de anos.
Parece haver casos idênticas a este. Haveria, pois, vantagem em estudar pormenorizadamente o problema e dar prioridade na construção de novas vias àquelas que tragam melhoria acentuada as economias nacional e regional.
Um outro aspecto nesta matéria é o da ligação das fronteiras com a capital do País, que, como se viu acima, e um dos destinos da grande maioria dos turistas. Esta indústria, hoje precioso esteio da balança de pagamentos, não se poderá considerar num estável nem duradoura sem, pelo menos, a ligação fácil das fronteiras com Lisboa.
Ainda neste aspecto, há falhas graves a preencher, em especial no que se refere à fronteira de Vilar Formoso.
O traçado actual é difícil, com rampas e curvas apertadas.
Conviria continuar os estudos da estrada n.º 3, que pode dar um encurtamento sensível numa via sem grandes dificuldades.
Apesar de tudo o número-indice da despesa do Ministério (761,9 na base de 1950 igual a 100) ainda é superior ao de 1963, como se nota a seguir:
A razão do desenvolvimento da desposa depois de 1958 reside nos grandes investimentos feitos pela metrópole no ultramar destinados a financiar planos de fomento. Estes investimentos do Tesouro da metrópole são contabilizados através do capítulo das despesas extraordinárias, que, nos últimos seis anos, somaram 681 163 contos, o que é, na verdade uma soma elevada, obtida na sua quase totalidade por empréstimos contraídos na metrópole.
Os investimentos, sob a forma de empréstimos, subsídios reembolsáveis ou certos casos não reembolsáveis serviram para pagar as obras em curso nas províncias ultramarinas e ainda, em Cabo Verde, para auxiliar a situação financeira e os consumos.
Não merecem grandes comentários na sua forma global as despesas ordinárias que diminuíram 1424 contos.
A ascensão destas despesas, medida pelo número-índice referido a 1938, não é grande e compara-se favoràvelmente com a de outros Ministérios. Mas no caso das despesas extraordinárias o acréscimo tem sido para além da norma-