Se forem reduzidas as percentagens aos grupos de loiras e ciências sociais, ciências exactas, naturais, técnicas o de agricultura, medicina e farmácia, obtém-se o número de alunos matriculados e as porcentagens no conjunto. Se o parecer todos os anos insiste pelo exame da situação em que vivem as Faculdades do Ciências, instalação e dotações, é porque cada vez se acentua mais a influência da ciência na vida social e económica. Com os altos deficits da balança do comércio e os atrasos na investigação científica, factor decisivo na técnica moderna, o estudo teórico e prático das ciências desempenha um papel fundamental.

As Faculdades de Ciências são frequentadas por 6129 alunos, sendo 2152 de preparatórios de engenharia. O trabalho laboratorial é uma das bases do treino nas Faculdades. É difícil visionar, depois de uma visita, por exemplo, à Faculdade de Ciências de Lisboa, como é possível ministrar cultura adequada aos seus numerosos alunos (2716 em 1964-1565). Note-se que o ensino compreende ciências biológicas, físico-químicas, geofísicas, geológicas, químicas e físicas, todas necessitadas de laboratórios convenientemente apetrechados, dotados de meios financeiros adequados, com pessoal que dedique ao ensino grande parte do seu tempo.

E, no entanto, para as tias Faculdades as dotações em 1965 foram de 27 008 contos. A verba de material e serviços, que custem as despesas dos laboratórios e outras, arredondou-se em 2037 coutos na Faculdade de Lisboa.

Em 1965 o total gasto com as Faculdades de Ciências em cada Universidade foi o seguinte.

Houve leve progresso em relação a 1964, em especial em Coimbra (mais 1244 coutos), mas o progresso resultou de melhorias nas verbas de pessoal, como se nota nas cifras que seguem.

As verbas de material e encargos mantiveram-se.

A urgência em construir instalações para a Faculdade do Ciências de Lisboa que façam esquecer as actuais, constantemente aumentadas para atender frequências cada vez maiores e dar um simulacro de trabalhos laboratoriais aos alunos, é das mais prementes em todo o programa nacional, porque toca vivamente o progresso científico, económico e cultural. O número do alunos matriculados na Universidade Técnica de Lisboa elevava-se a 4600, o terminaram o curso 292, distribuídos como se mostra a seguir.

As cifras n Io são muito diferentes das do ano passado. Nota-se mais diplomados em Engenharia, Ciências Económicas e Agronomia. Mas apenas obtiveram diploma 5 novos veterinários.

As frequências são baixas. A do Instituto Superior Técnico, com 2138 alunos e 114 diplomados, num país em pleno desenvolvimento industrial, está muito aquém das necessidades, até quando se tem em conta que a Faculdade do Engenharia do Porto tem 350 alunos e diplomou 11 engenheiros