A seguir indica-se a origem dos empréstimos.

Na rubrica crédito interno incluem-se 107 500 contos da venda de títulos e 434 223 contos de promissórias. A cobrança de empréstimos externos elevou-se a 1 290 693 contos. Estes empréstimos tiveram destinos diversos Classificam-se por classes.

A classe I, com a cobrança de 254 656 contos, serve para pagar importações de trigo e cevada comprados nos Estados Unidos Estes empréstimos são regulados pelos Decretos n.ºs 44 029 (Novembro de 1961) e 45 707 (Maio de 1964).

Os empréstimos compreendidos pelas classes III e IV referem-se as operações contratadas para financiar a construção da ponte sobre o Tejo, em Lisboa, e elevaram-se em 1965 a 431 971 contos, à taxa de 5 3/4 por cento. As classes V e vil respeitam aos empréstimos de 35 milhões de dólares e de 20 milhões de dólares contratados com bancos americanos e ingleses, e finalmente a classe VI refere-se ao financiamento da ampliação do aeroporto do Sal até 150 000 contos.

Nos empréstimos cabem 29,6 por cento ao crédito interno e 70,4 por cento ao externo, notando-se que se cobraram apenas 13,6 por cento das verbas orçamentadas para o crédito interno e 53,3 por cento para o crédito externo.

Indicam-se a seguir algumas cifras que espumem percentagens das estimativas e cobranças nos empréstimos internos e externos.

Percentagens

Despesas extraordinárias As despesas extraordinárias atingiram o mais alto nível verificado até hoje.

Gastaram-se, por força de despesas extraordinárias, 7 630 614 contos. O índice, a preços correntes, na base de 1938=100, atingiu 2051, muito além do das despesas ordinárias, que não passou de 541.

O desenvolvimento dos despesas extraordinárias, nos últimos cinco anos, é devido em parte às despesas da África. Só atingiram a cifra dos 2 milhões de contos em 1958.

A influência das despesas extraordinárias na Conta Geral ressalta claramente dos números do quadro seguinte:

Em 1938 apenas 16,3 por cento nas despesas totais eram extraordinárias. A percentagem aumentou até um máximo de 45,2 por cento em 1964, para descer para 42,2 por cento. Acima de 40 por cento do total há apenas os anos de 1961 a 1965.

Este quadro, para ser mais elucidativo, deveria ser acompanhado de um outro que exprimisse a origem das receitas que pagaram despesas extraordinárias e incluísse empréstimos e excessos de receitas ordinárias, com a percentagem de umas e outras.

Duas ilações se extraem do quadro adiante. Uma refere-se aos empréstimos, fraco recurso com percentagens muito baixas até 1960. Se foi em tomados todos os anos, ainda mais sobressairá esta característica, com excepção de um curto período no pós-guerra.

Outro aspecto é a alta percentagem dos excessos de receitas ordinárias, com um máximo de 26,3 por cento em 1965.

Vê-se que a percentagem de empréstimos desde 1961 é sempre superior a 20, descendo para 10 em 1965, por motivo do grande aumento no excesso de receitas ordinárias.

A diferença entre a soma das percentagens de empréstimos e excessos de receitas ordinárias indica a percentagem de outras receitas extraordinárias e saldos de anos económicos findos.