As cifras do quadro implicam um aspecto que deveria ser ponderado, em especial em algumas províncias ultramarinas. Respeita ou refere-se às importações do estrangeiro, que somaram 6 067 000 contos, que conta 5 520 000 contos nas exportações. Há um déficit que possivelmente, poderia ser anulado pela importação pela importação de mais produtos de origem nacional. As condições melhoraram em 1965, mas a diferença ainda é muito grande. O deficit do comércio externo do ultramar é crónico e tradicional e deverá naturalmente persistir por muitos anos. Países novos necessitam de equipamento mecânico e outro, para seu desenvolvimento, que só pode vir do exterior. Além disso, o serviço de empréstimos, usados no fomento económico e social, e os dividendos de capitais investidos, atingem somas altas, que têm de ser liquidadas sob a pena da rarefacção do investimento. Os dois factores inclinam-se no sentido do desequilíbrio, tanto na balança de pagamentos como na balança do comércio.

É por este motivo que há necessidade de empregar os investimentos em objectivos de grande reprodutividade - objectivos que procurem assegurar o consumo interno em alta percentagem e exportar mercadorias que paguem pelo menos uma parcela substancial das importações.

Os desequilíbrios do comércio externo têm-se acentuado muito, e atingiram altos valores de 1958 a 1960. Parecia nos anos seguintes notarem-se melhorias, e em 1964, excluindo Macau, o deficit do conjunto descera para 768 000 contos, uma cifra razoável, considerando as circunstâncias e condições do conjunto dos territórios.

O desequilíbrio de 2 313 200 contos, assinalado no quadro que segue é, por este motivo de surpreender.

O agravamento de mais de 1 300 000 contos proveio de muito menos saldo da balança comercial de Angola e de agravamentos em outras províncias. Quando se analisarem as contas dessas províncias, procurar-se-à esclarecer em pormenor as causas dos desequilíbrios que se indicam no quadro que segue: