Estas cifras dão ideia em valor absoluto da evolução das receitas.

Ao examinar os números, deverá ter-se em mente, em primeiro lugar, o longo espaço de tempo em que tiveram expressão. Os acontecimentos que eclodiram, se desenvolveram e se firmaram desde 1938 constituíram e geraram uma viragem na história económica do Mundo, e afectaram profundamente a economia nacional, até sem ter em conta as independências extemporâneas de povos em África, que influíram muito nas economias de algumas províncias ultramarinas.

Em segundo lugar, a Grande Guerra teve repercussão séria no valor da moeda nacional, produzindo a sua desvalorização em termos severos, no período 1940-1950, por se não terem tomado em tempo devido medidas que reduzissem a inflação, como se explicou em pareceres rei adorados com aquela época.

A interpretação das cifras do quadro têm estas limitações, sem contar com a natural e errática valorização ou desvalorização dos géneros produzidos no ultramar, com preços que oscilam muito.

Vê-se na última coluna que as receitas ordinárias de todos os. territórios passaram de 2 922 000 contos para 25 134 000 contos. Pode dizer-se que, com as do Estado tia índia, elas atingiram 25 500 000 contos.

A sua variação observa-se no quadro que segue, que dá o índice, nos diversos anos, em relação a 1938:

(a) Não foram publicadas as contas em virtude da guerra no Extremo Oriente.

(b) Não foram publicadas as contas em. virtude da ocupação estrangeira.

O índice do conjunto é 860. O dos territórios ultramarinos atingiu 1502, devido ao aumento em Angola, com índice de 1923, o maior de todos, e em Moçambique, que regista o índice de 1534, devido aos serviços autónomos.

É, porém, fraca, a posição de Cabo Verde, com o índice apenas de 463. Macau, que se mantivera atrasada em matéria de receitas, parece ressarcir-se nos últimos anos e está a caminhar no sentido de, dentro de poucos anos, atingir uma posição de relevo na escala da evolução das receitas das províncias ultramarinas.

Neste aspecto as duas províncias mais perto da metrópole, Cabo Verde e Guiné, necessitam de ser impulsionadas no sentido de maiores produções de bens e serviços, a fim de que o nível das suas receitas ordinárias atinja o de outras províncias.

Origem das receitas ordinárias Em 1965 cerca de metade das receitas ordinárias provém do grande capítulo orçamental das consignações de receitas. É nele que se inscrevem as dos serviços autónomos. A preponderância deste capítulo acentua-se todos os anos, como se nota no quadro a seguir:

Os dois grandes capítulos de receitas na metrópole são os impostos directos e indirectos, com valores que andam em redor de 68-70 por cento do total. No ultramar a importância destes capítulos ainda é grande, mas é ofuscada pelo desenvolvimento, desde o fim da guerra, das consignações de receitas, que atingiram, como se viu, 50 por cento do total e partiram de apenas 5,1 por cento em 1938. A evidência deste fenómeno ressalta fàcilmente dos números alinhados a seguir, em que se mostra a importância decrescente da soma dos impostos directos e indirectos desde 1938: