Mas o exame (...) das contas ultramarinas não confirma esta impressão. O aumento de despesas provém, por um
lado do desenvolvimento dos serviços autónomos e por outro lado de insuficiências que até do ponto de vista político convém reduzir ao mínimo. A evolução das despesas ordinárias consta do quadro que segue:
Nota-se à primeira vista o extraordinário desenvolvimento das despesas ordinárias em Angola e Moçambique e a sua lentidão em Cabo Verde e outras províncias.
Considerando todos os territórios nacionais, as despesas ordinárias aproximam-se de 20 milhões de contos e as do ultramar estão a subir para 10 milhões de contos.
Sem necessitar de ir muito longe, as cifras que seguem mostram os aumentos e diminuições desde a origem dos planos de fomento:
Houve sempre aumento de receitas e despesas, com excepção do exercício de 1961. Foi justamente em Março desse ano que se deram acontecimentos graves em Angola.
As consequências desses acontecimentos fizeram-se sentir nas contas, pela aplicação de compressões que reduzissem despesas , dados os naturais abalos sofridos pelas receitas ordinárias.
A situação normalizou-se logo no ano seguinte, em 1962, prosseguindo depois as tendências de aumento verificadas em anos anteriores, até por cifras muito maiores.
É porém errática a ultima coluna, que mostra a diferença entre os aumentos e diminuições. Se forem consultados todos os territórios nacionais, na Europa e no ultramar, as despesas ordinárias aumentaram para 19 871 000 contos, mais 2 044 600 contos do que no ano anterior.
É uma soma alta, num ano. Este aumento não foi compensado pelo das receitas ordinárias, como se verificou acima.