As cifras não são comparáveis em escudos, dada a grande desvalorização da moeda desde o período anteguerra. Apesar disso, nota-se claramente na última coluna, que indica o saldo negativo, melhores valores entre 1950 e 1960, para não falar nos anos em que a balança do comércio acusou um saldo positivo. Parece que a aplicação dos planos de fomento tornou mais precária a balança do comércio. Talvez que o suplemento de poder de compra, assegurado pela inversão de grandes somas na província em obras e outros fins, tivesse como resultado os aumentos de consumo e, deste modo, se reflectisse no acréscimo das importações e indirectamente no déficit comercial.

Este assunto, que é um paradoxo económico, é digno de estudo. Os produtos do remo vegetal e os das indústrias alimentares representam as maiores importações. Somados, elevaram-se a 78 855 contos em 1965. Uma grande parcela das duas secções que englobam aqueles produtos inclui os cereais, as bebidas e os açúcares.

A seguir indicam-se as importações conforme a indicação pautal:

O exame do quadro mostra a variedade e relativa importância das mercadorias de origem externa, com primazia nos produtos do reino vegetal, indústrias alimentares, matérias têxteis e respectivas obras, máquinas e aparelhos, metais comuns e obras e outras secções Mas prevalecem as três primeiras, que somam cerca de metade (110 001 contos) do total (228283 contos). A importação de exigências directamente humanas constitui o fundo da importação. As principais entradas de mercadorias constam do quadro seguinte:

O milho e farinha de trigo, por quantias que se avizinham de 30000 coutos e são superiores às de 1964, e os tecidos e o açúcar representam mais de um quarto das importações.

É de surpreender a verba de automóveis, que subiu para 7490 contos, mais 3566 contos do que em 1964. Também não melhorou a balança do comércio com o estrangeiro. Compraram-se-lhe 59 772 contos, mais 6224 contos do que em 1964, e vendeu-se-lhe apenas mais 234 contos. Mas, como alívio para a balança de pagamentos da zona do escudo, grande parte das mercadorias consumidas em Cabo Verde vêm da metrópole ou ultramar, como se verifica a seguir.