A influência da moeda estrangeira, com forte subida em 1965, deve provir da navegação .Já se viu acima que os fornecimentos aumentaram sensivelmente.

Apesar do acréscimo notado, as saídas ainda deixaram um resíduo negativo de 3800 contos.

È interessante notar a origem dos cambiais. O primeiro lugar, com 71 538 contos nas entradas e 76 163 nas saídas, é ocupado pelo escudo. Mas vêm a seguir dólares dos Estados Unidos da América, libras esterlinas, florins, marcos e francos, todas estas moedas somam mais do 1000 contos nas entradas e saídas.

A seguir indicam-se, por países, as moedas (reduzidas a escudos) que formam as entradas e saídas cambiais: As receitas ordinárias da província de Cabo Verde, em 1965, aumentaram para 87 913 contos. Em 1955 as receitas ordinárias cobradas somaram menos de metade das de 1965, mas o progresso até 1960 foi relativamente vagaroso. Em 1961 estas receitas elevaram-se a cerca de 61 000 contos.

Nas receitas extraordinárias, que somaram 54 633 contos, o aumento foi menor (1671 contos)

No total, as receitas de Cabo Verde atingiram o valor máximo de 142 546 contos.

A percentagem de umas e outras receitas manteve-se em 61,7 para as ordinárias e 38,3 para as extraordinárias, como se pode deduzir dos números seguintes:

Os empréstimos formam a maior parcela das receitas extraordinárias Revestem em Cabo Verde, nos últimos tempos, a forma de subsídios reembolsáveis. E como a situação financeira da província, com obstáculos de natureza económica, são difíceis, têm-se mantido em cifras muito modestas os encargos dos sucessivos auxílios consentidos pela metrópole.

Enquanto não foi possível dar um impulso decisivo à economia da província, nos termos assinalados nestes pareceres, as receitas ordinárias, apesar do aumento dos últimos anos, manter-se-ão em cif ias que não correspondem à importância do arquipélago. As falhas terão de ser supridas por subsídios, como no passado. Os 87913 contos de receitas ordinárias em 1965 representam o avanço de 47 187 contos em relação a 1964.

Estas receitas mais do que dobraram desde aquele ano.

Os dois grandes capítulos, produtores de receitas ordinárias, mantiveram as percentagens dos anos anteriores à roda de 21 e 27 por cento, respectivamente para os impostos directos e indirectos, mas a influência das consignações de receitas continua a acentuar-se.

Quanto ao comportamento das alterações em relação aos dois últimos anos, as

cifras que seguem mostram os aumentos e diminuições:

No aumento total de 5465 contos destaca-se a contribuição do capítulo respeitante ao domínio privado e participação de lucros, com mais 3703 contos. Sabe-se a influência que têm neste capítulo as receitas das taxas dos cabos submarinos que amarram no arquipélago.

Outros acréscimos dignos de nota se registaram nos impostos directos e indirectos, que anularam no resultado final algumas quebras, como as das indústrias em regime tributário especial (menos 585 contos) e o produto dos reembolsos e reposições (menos 1047 contos).