As condições de desassossego em que viveu a província durante o ano de 1965 não permitiram que a economia interna se desenvolvesse como sei ia de desejar e os progressos na década 1950-1960 anunciavam.

A província sofre do mal que caracteriza a economia de muitos países africanos e que, provavelmente, no fundo das coisas, se adapta às circunstâncias de natureza étnica e climática. A monocultura assinalada nestes pareceres em diversas províncias portuguesas -o cacau em S. Tomé, o café em Angola- prevalece em quase todas as regiões da África ocidental e é a causa de crise, regionais, e muitas vezes de dificuldades em países, vizinhos por súbitas oscilações nos preços proveniente da oferta no mercado de grandes quantidades de géneros em momentos em que as reservas ultrapassam os consumos. E o caso do café, do cacau, do sisal e do amendoim, que, sob o nome de mancarra, constitui o fundo da produção da Gume portuguesa e do vizinho Senegal.

O déficit, de gorduras e óleos na metrópole anula dificuldades na colocação da mancaria, mas não impede reduções nos preços que dependem da cotação internacional do produto.

Em 1965 a exportação diminuir muito, em peso e em valor, atingindo a cifra mais baixa dos últimos unos. A quebra reflectiu-se na economia interna e for a metrópole que amparou a província, procurando manter os consumos em nível normal.

Apesar de tudo, e não obstante os esforços dos dois países vizinhos para promover o desassossego na Guiné, prosseguiram os trabalhos de valorização em curso nos anos anteriores, tendentes a aumentar as condições de produtividade dos solos e das culturas tradicionais.

Embora não fosse possível utilizar integralmente as verbas do piano intercalar que se elevaram a 54 000 contos, números redondos, ainda se despenderam no plano rodoviário, no fomento de recursos agro-silvo-pastoris, em transportes aéreos e telecomunicações e outras aplicações paia cima de 32 000 contos.

Não tendo sido possível, inteiramente, trabalho ordenado e havendo provocações no sentido de embaraçar a exploração normal de recursos, o que em última análise redunda em prejuízo da população, o ano de 1965, com saldos positivos nas contas e na balança de pagamentos, deve representar uma excepção honrosa, em matéria económico-financeira, no contexto de países, vizinhos

Comércio externo O grande desequilíbrio na balança comercial em 1960, da ordem dos 312 000 contos, proveio de quebra acentuada nas exportações. Desceram para 105 840 contos, menos 50 374 contos do que no ano anterior.

Parece, o ter sido possível, sem influência perceptível nos consumos, reduzir as, importações de cerca de 13 662 contos, mas esta diminuição não conseguiu ofuscar a grande descida nas exportações.

Nos últimos dois amos umas e outras constam do quadro que segue